Durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Movimento Pró-Vidas da BR-381 lançou uma campanha pela inclusão de R$ 650 milhões no orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para 2026. O valor é considerado essencial para o início das obras de duplicação da rodovia, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares. O reassentamento de famílias que vivem às margens da BR-381 foi apontado como um dos principais entraves para a execução do projeto.
A reunião foi promovida pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da ALMG, a pedido do deputado estadual Celinho do Sinttrocel (PCdoB), com o objetivo de discutir o andamento das obras em dois trechos distintos da BR-381: entre Caeté e Governador Valadares, sob responsabilidade da concessionária Nova 381, e entre Caeté e Belo Horizonte, de responsabilidade do Dnit.
Durante a audiência, o coordenador do Movimento Pró-Vidas, Clésio Gonçalves, solicitou formalmente ao deputado que agende uma nova audiência pública para tratar exclusivamente dos reassentamentos das famílias afetadas. O parlamentar se comprometeu a articular o encontro. Segundo Clésio, a campanha recém-lançada busca garantir a alocação de R$ 350 milhões para obras entre Belo Horizonte e Caeté, R$ 150 milhões para reassentamentos e R$ 150 milhões para desapropriações.
O superintendente regional do Dnit em Minas Gerais, Antônio Gabriel dos Santos, afirmou que, embora a previsão oficial aponte a conclusão das obras para 2028, prazos podem ser comprometidos pela falta de orçamento. Ele destacou que, no trecho entre Belo Horizonte e Caeté, as obras ainda não foram iniciadas e, em 2025, a prioridade será a elaboração do projeto de engenharia, sob responsabilidade da Construtora Luiz Costa.
O representante da empresa, Guilherme Coimbra Balsamão, alertou que a colaboração dos proprietários de terrenos será decisiva. Já o diretor-presidente da Urbel (Companhia Urbanizadora da Capital), Claudius Vinícius Leite Pereira, estimou que cerca de mil famílias precisarão ser reassentadas. Ele assegurou que o processo será conduzido com responsabilidade, para evitar judicialização.
No Ministério dos Transportes, o diretor do Departamento de Obras Públicas, Allan Magalhães Machado, reconheceu a complexidade da situação, mas afirmou que o Dnit tem experiência em processos de desapropriação em larga escala.
No trecho concedido à Nova 381, entre Caeté e Governador Valadares, a duplicação está prevista para 2026. Segundo o diretor-presidente da concessionária, Marcelo Bandeira Boaventura, a prioridade será o trecho de Antônio Dias, onde está localizado o Túnel da Prainha, considerado um ponto crítico da rodovia. A construção de um viaduto alternativo deve começar nos próximos 90 dias.
Enquanto as obras estruturais não começam, a concessionária informou que até julho de 2025 fará a recuperação do pavimento em toda a extensão do trecho concedido. A partir de agosto, está prevista a instalação de sete bases operacionais e 26 torres de telecomunicação com sinal 4G ao longo da rodovia.