O Brasil intensificou drasticamente a compra de diesel russo em 2024, alcançando US$ 5,4 bilhões em importações, numa clara demonstração de resistência às sanções internacionais impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia.
A participação russa no fornecimento de diesel ao mercado brasileiro saltou de modestas 101 mil toneladas em 2022 para expressivas 6,1 milhões de toneladas em 2024. Este aumento exponencial transformou a Rússia no principal fornecedor do combustível para o Brasil, dominando 65% das importações, segundo dados da Fecombustíveis.
Esta mudança estratégica provocou um rearranjo significativo no mercado. Os Estados Unidos, que em 2022 dominavam 57% das importações brasileiras de diesel, viram sua participação despencar para apenas 17% no cenário atual. A decisão brasileira ganha ainda mais relevância após a recente imposição de tarifas americanas sobre a Índia, como retaliação à compra de petróleo russo.
O governo Lula demonstra, com estes números, um claro direcionamento em sua política comercial, priorizando o diesel russo em detrimento do produto americano. Curiosamente, enquanto as importações de diesel disparam, a compra de petróleo bruto russo permanece relativamente modesta, somando US$ 77,5 milhões em 2024.
Esta reconfiguração do mercado de combustíveis brasileiro não apenas evidencia uma nova orientação diplomática do país, mas também desafia abertamente o sistema de sanções econômicas estabelecido pelo Ocidente contra Moscou. O movimento brasileiro reforça sua posição de neutralidade no conflito entre Rússia e Ucrânia, mesmo que isso signifique possíveis atritos com parceiros tradicionais.
























