Por William Saliba
O senador da direita colombiana Miguel Uribe, 39 anos, luta pela vida após ser baleado durante ontem (7) evento de campanha em Bogotá. Pré-candidato à presidência, foi atingido pelas costas enquanto participava de um ato político no Bairro de Fontibon, na capital do país.
As autoridades colombianas prenderam um adolescente de 15 anos no local do atentado, portando uma pistola Glock calibre 9mm. O presidente Gustavo Petro determinou investigação imediata para identificar possíveis mandantes do crime.
O ataque aconteceu em um parque público, durante atividade de campanha para as eleições presidenciais de 2026. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento do socorro ao senador, que apresentava sangramento na região da cabeça. Maria Claudia Tarazona, esposa da vítima, informou que seu marido está “lutando por sua vida” no hospital da Fundação Santa Fé.
O ministro da Defesa Pedro Sánchez confirmou a prisão do suspeito e disse que as investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos. O partido Centro Democrático, ao qual Uribe é filiado, divulgou nota condenando veementemente o atentado contra seu pré-candidato.
A violência contra o político gerou manifestações de solidariedade internacionais. Os governos da Espanha e Venezuela emitiram notas oficiais repudiando o ataque. Do lado de fora do hospital, apoiadores realizam vigílias com velas e orações, enquanto aguardam novas informações sobre o estado de saúde do senador. Analistas comparam Uribe à trajetória de Bolsonaro no Brasil.
Guerrilha colombiana mira crianças cristãs em novo ciclo de terror
Em um cenário alarmante na Colômbia, grupos guerrilheiros intensificaram o recrutamento forçado de crianças e adolescentes cristãos em 2024, registrando 282 casos documentados pela Defensoria Pública do país. O crime de guerra atinge especialmente comunidades religiosas, vistas como ameaça aos interesses dos grupos armados ilegais.
A tragédia ganhou contornos dramáticos em dezembro de 2024, quando as FARC assassinaram um adolescente de 15 anos em El Plateado após sua tentativa de fuga do recrutamento forçado. O episódio expõe a brutalidade das táticas empregadas pelos grupos armados, que atraem jovens vulneráveis com promessas de dinheiro e aventura em regiões marcadas pela pobreza.
As crianças cristãs tornaram-se alvos preferenciais dos recrutadores, que veem nas igrejas uma dupla oportunidade: além de fonte de novos membros, o recrutamento serve como instrumento de intimidação das comunidades religiosas. Segundo o pastor Salomón, que atua no Pacífico colombiano, as meninas cristãs enfrentam riscos adicionais, incluindo violência sexual, por serem consideradas “mais puras” pelos criminosos.
O processo de doutrinação começa cedo, com crianças de cinco a dez anos sendo instruídas em escolas infiltradas por professores ligados aos grupos armados. Os meninos são treinados com simulacros de armas, enquanto as meninas aprendem a cozinhar para grandes grupos. As famílias que resistem são forçadas a abandonar suas comunidades.
As igrejas que denunciam o recrutamento ou oferecem programas de apoio à juventude tornam-se alvos de represálias. Os grupos armados mantêm vigilância constante sobre as atividades religiosas, temendo interferência em suas operações ilegais de tráfico de drogas, armas e prostituição. As comunidades indígenas são particularmente afetadas, representando metade das vítimas registradas.
Organizações de apoio trabalham para fornecer assistência humanitária e suporte emocional às famílias afetadas, além de documentar casos e pressionar autoridades por medidas mais efetivas de proteção às crianças em zonas de conflito. Enquanto isso, histórias como a de Pedro, que teve o filho sequestrado sob ameaças de silêncio, continuam a se multiplicar nas regiões controladas pela guerrilha.