O Brasil enfrenta isolamento comercial sem precedentes após grandes potências mundiais conseguirem negociar reduções significativas nas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Enquanto China, Japão e União Europeia fecharam acordos bilaterais com Washington, o governo brasileiro sequer consegue agenda para discutir as taxas de 50% sobre produtos nacionais.
As negociações bem-sucedidas de outros países contrastam com a situação brasileira. A União Europeia fechou acordo para comprar US$ 750 bilhões em energia americana e investir outros US$ 600 bilhões na economia dos EUA. O Japão comprometeu-se com investimentos de US$ 550 bilhões e teve suas tarifas reduzidas de 25% para 15%.
A China também avançou nas conversas, com suspensão mútua de tarifas por 90 dias e redução das taxas chinesas de 125% para 10%, enquanto os EUA baixaram as suas de 145% para 30%. Até países menores como Filipinas e Indonésia conseguiram acordos com tarifas entre 19% e 20%.
O Brasil, além de enfrentar a maior tarifa entre todos os países (50%), ainda está sob investigação do Escritório do Representante de Comércio dos EUA por supostas práticas comerciais desleais. A apuração inclui temas como o sistema Pix, comércio informal e questões ambientais.
As dificuldades nas negociações são atribuídas a declarações consideradas hostis do presidente Lula contra Trump, além da postura do governo americano em relação a questões políticas internas do Brasil. O vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável pelas negociações, não conseguiu ser recebido por autoridades americanas.
A ausência de diálogo preocupa o setor produtivo brasileiro, que prevê impactos significativos nas exportações quando as tarifas entrarem em vigor em 1º de agosto. Sem perspectivas de acordo no curto prazo, o Brasil pode enfrentar perdas econômicas consideráveis e maior isolamento no comércio internacional.
























