O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta terça-feira (23) a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, mantendo a tradição brasileira de ser o primeiro país a discursar desde 1955. Acompanhado de ministros de áreas estratégicas, Lula abordou temas como democracia, paz mundial, combate à fome e mudanças climáticas.
Em seu pronunciamento, o presidente alertou para o enfraquecimento do multilateralismo e da democracia, afirmando que “o autoritarismo se fortalece quando a comunidade internacional se omite diante de arbitrariedades”. Ele destacou que o Brasil resistiu a ataques às instituições e reafirmou: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”.
Lula também celebrou a saída do Brasil do Mapa da Fome em 2025 e defendeu que o mundo priorize o combate à pobreza. “A única guerra de que todos podem sair vencedores é a que travamos contra a fome”, disse, citando a Aliança Global contra a Fome lançada no G20.
Sobre conflitos armados, o presidente reiterou que não há solução militar para a guerra na Ucrânia e defendeu negociações diplomáticas que considerem as preocupações de segurança de todas as partes. Em relação ao Oriente Médio, condenou os ataques do Hamas, mas classificou como “genocídio” a ofensiva israelense em Gaza: “Nada justifica a morte de milhares de mulheres e crianças”.
Lula cobrou ainda mais compromisso internacional contra a crise climática, lembrando que 2024 foi o ano mais quente já registrado. Anunciou que a COP30, em Belém, será “a COP da verdade” e afirmou que países ricos devem assumir responsabilidades maiores: “Exigir mais ambição climática não é caridade, é justiça”.
O presidente também defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, a regulação das plataformas digitais e medidas de justiça fiscal global para que os super-ricos contribuam mais. Ao encerrar, disse que o século 21 será multipolar e deve ser pautado pelo diálogo: “A ONU precisa voltar a ser portadora de esperança, igualdade e paz”.
























