Um terremoto de magnitude 6.0 devastou as províncias orientais do Afeganistão nesta segunda-feira (1º/09), resultando em mais de 800 mortos e 2.800 feridos, agravando a já crítica situação humanitária do país. O governo Talibã emitiu um apelo urgente por ajuda internacional.
O abalo sísmico atingiu principalmente as remotas províncias de Kunar e Nangarhar, onde equipes de resgate enfrentam severas dificuldades de acesso. Trabalhadores humanitários são forçados a caminhar por até cinco horas para alcançar as áreas afetadas, devido às estradas bloqueadas pelo desastre.
O Ministério da Saúde Pública afegão, por meio de seu porta-voz Sharafat Zaman, alertou que o número de vítimas pode aumentar nas próximas horas. As operações de resgate são prejudicadas pela geografia montanhosa da região e pela precária infraestrutura local.
Países como Irã, Índia e Japão, além da União Europeia, já manifestaram intenção de enviar auxílio. A ONU também mobilizou suas equipes no território afegão para prestar assistência emergencial às comunidades atingidas. O aeroporto de Nangarhar opera intensamente, com dezenas de voos transportando feridos para hospitais da região.
A catástrofe atual soma-se a uma das piores crises humanitárias do planeta. Mais da metade dos 42 milhões de habitantes do Afeganistão depende de assistência internacional, situação agravada pela redução do apoio externo desde o retorno do Talibã ao poder. As Nações Unidas estimam que menos de 30% das necessidades humanitárias do país serão atendidas até 2025.
O cenário se complica ainda mais pela recente suspensão de ajuda internacional. Os Estados Unidos, anteriormente responsáveis por 45% da assistência ao país, praticamente eliminaram suas contribuições, exemplo seguido por nações europeias que não reconhecem a legitimidade do atual governo afegão.
























