Por Marcelo Saraiva Guimarães Libanio
Há 5 anos, exatamente no dia 2 de julho de 2020, escrevi um post, cujo título era: “Fronteiras e Muros”. Nessa postagem eu contei que, em 2009, quando tive meu visto negado para os Estados Unidos, percebi o quanto a entrada em países desenvolvidos exige mais que o simples desejo de ir. Quando enfim consegui meu visto, vi o contraste gritante entre o Brasil — com suas lutas básicas por saneamento e segurança — e nações com infraestrutura sólida, tecnologia avançada e respeito institucional. Mas a lição maior que carrego não é sobre muros físicos ou burocráticos. É sobre os muros invisíveis — ideológicos — que dividem o mundo e nossos corações.
Vivemos hoje uma clara tensão entre dois grandes blocos geopolíticos:
De um lado, o Eixo Ocidental — formado pelos EUA, Europa Ocidental, Japão, Austrália e aliados — com democracias liberais, economias abertas e instituições que, apesar de imperfeitas, ainda prezam por liberdade religiosa, direitos civis e liberdade de expressão. Outro detalhe importante, é que o Brasil se encontra no hemisfério ocidental geograficamente.
Do outro, o Eixo Oriental ou autoritário — liderado por China, Rússia, Irã e Coreia do Norte — com regimes altamente centralizados, controle da imprensa, perseguição a opositores e, em muitos casos, perseguição religiosa.
Esse novo “equilíbrio global”, muitos já chamam de “Terceira Guerra Mundial em câmera lenta”, como mencionou o Papa Francisco — um conflito fragmentado, não declarado oficialmente, mas que avança em guerras regionais, golpes silenciosos, manipulação da informação e guerras culturais.
Esses conflitos não ficam restritos às manchetes internacionais: eles já impactam diretamente a nossa vida cotidiana. O aumento no preço dos fertilizantes russos, vitais para o agronegócio brasileiro, ameaça a nossa produção de alimentos e o custo final para o consumidor, podendo afetar o abastecimento de alimentos globalmente e gerar fome. O Estreito de Ormuz, por onde escoa grande parte do petróleo iraniano, é uma rota estratégica — qualquer tensão naquela região faz disparar o preço do combustível, afetando o transporte, a indústria e toda a cadeia de suprimentos. A guerra, ainda que distante, chega silenciosa à nossa mesa, ao nosso bolso e ao nosso campo. Não há como ficar indiferente: ou buscamos a paz com urgência, ou arcaremos com as consequências do caos.
No Irã, por exemplo, enquanto o regime teocrático xiita assina acordos internacionais de não proliferação nuclear, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já alertou que o país possui urânio enriquecido suficiente para fabricar várias armas nucleares. A preocupação não está apenas na capacidade tecnológica, mas no histórico ideológico: o Irã já expressou seu desejo de aniquilar o Estado de Israel, apoia grupos terroristas como Hamas e Houthis, e utiliza civis como escudo de guerra — o que fere o direito internacional humanitário.
O mais alarmante é ver pessoas defendendo regimes assim — que oprimem suas próprias populações, limitam liberdades básicas e perseguem fiéis de outras religiões. Quem verdadeiramente compreende o que é viver sob a opressão ideológica e religiosa, não romantiza ditaduras.
A China comunista, por exemplo, não permite a livre pregação cristã, controla o uso da internet, persegue devotos de Nossa Senhora de Fátima e outras devoções marianas, destrói igrejas e monitora cidadãos com inteligência artificial. É um regime onde o “Partido é Deus”, e tudo que foge disso é “subversivo”.
As profecias marianas já nos alertavam, e indicam, não uma vitória militar, mas o desfecho espiritual dessa batalha: o triunfo do Imaculado Coração de Maria.
Nossa Senhora de Fátima, em 1917, advertiu que “a Rússia espalharia seus erros pelo mundo”, referindo-se ao ateísmo marxista que viria com a Revolução de 1917. Ela pediu a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, o que João Paulo II realizou solenemente em 1984. E ainda assim, os reflexos do comunismo seguem: perseguições à fé, divisão ideológica e destruição da moral cristã.
Em Garabandal, na Espanha (1961-1965), e em Akita, no Japão (1973), Nossa Senhora alertou sobre o avanço do mal dentro e fora da Igreja, guerras, divisão interna e grandes castigos, mas sempre apontando para o triunfo final do Imaculado Coração de Maria.
O que estamos vivendo é mais que uma guerra por poder: é uma batalha espiritual.
Por isso, não se trata apenas de “escolher um lado político”. É muito além disso!
Não podemos compactuar com regimes que oprimem, mas também não podemos desejar a morte do outro lado. As guerras matam inocentes de ambos os lados. Apoiar o bombardeio de civis, seja onde for, é ferir o mandamento maior: “Não matarás”.
Não sou neutro quanto à ideologia: sou contra regimes que ferem a dignidade humana — como o comunismo, a tirania religiosa do Irã, e o autoritarismo da China e da Rússia. Mas, acima de tudo, sou contra a guerra, SOU A FAVOR DA PAZ! Contra o uso da força como solução final. Sou a favor da liberdade de consciência, da paz e da verdade.
Para quem acha que esses conflitos não nos dizem respeito, é importante saber que eles não ficam restritos às manchetes internacionais: eles já impactam diretamente a nossa vida cotidiana. O aumento no preço dos fertilizantes russos, vitais para o agronegócio brasileiro, ameaça a nossa produção de alimentos e o custo final para o consumidor e pode afetar o abastecimento de alimentos globalmente e gerar fome. O Estreito de Ormuz, por onde escoa grande parte do petróleo iraniano, é uma rota estratégica — qualquer tensão naquela região faz disparar o preço do combustível, afetando o transporte, a indústria e toda a cadeia de suprimentos. A guerra, ainda que distante, chega silenciosa à nossa mesa, ao nosso bolso e ao nosso campo. Não há como ficar indiferente: ou buscamos a paz com urgência, ou arcaremos com as consequências do caos.
Enquanto o mundo se divide em classes, raças, gêneros e ideologias — nos esquecemos de que somos, antes de tudo, humanos e filhos de Deus.
Ideologias estão nos separando. Precisamos voltar a enxergar o outro como irmão, e não como adversário.
É urgente nos voltarmos para o Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria! Nossa Senhora, em suas aparições, nos deu os remédios contra a tirania do mundo: a oração do Santo Rosário, o jejum, a penitência, a consagração e devoção aos Corações de Jesus e Maria. Somente através da oração sincera, da conversão pessoal e da união espiritual, poderemos deter esse avanço sombrio que ameaça a paz mundial.
O Triunfo do Imaculado Coração de Maria virá, conforme prometido em Fátima.
Mas até lá, cada um de nós deve fazer sua parte: pela paz, pela verdade, e pela dignidade humana.
É urgente a humanidade voltar a se amar e enxergar no outro a imagem e semelhança de Deus!