Por Mário Caetano de Souza (*)
Quanto vale o suor, o sangue e a vida do trabalhador que ergueu esta nação?
Vale tão pouco que o rombo do INSS virou moeda de barganha em Brasília.
Instalaram uma CPMI. O povo acreditou que a verdade viria à tona. Mas imediatamente o governo correu para negociar com a oposição: o irmão do ex-presidiário não pode depor. Blindagem descarada. Covardia contra quem trabalhou a vida inteira e hoje depende de uma aposentadoria que mal dá para sobreviver.
E não foi só isso. Vieram as manchetes: Folha de Pernambuco e Gazeta de Alagoas confirmaram. Duzentos milhões liberados. Duzentos milhões para lideranças da CPMI. Dinheiro que poderia estar nas cidades, mas que nasce manchado: não como investimento, mas como pagamento pelo silêncio.
O povo mais uma vez é traído.
O Senado deveria defender os Estados.
A Câmara deveria defender o povo.
Mas Brasília virou balcão de negócios.
Enquanto isso, a conta de luz sobe. Pesada. Impagável para muitos. O trabalhador, que sua e luta, paga a conta. Já para a farra, para a cerveja, para o cigarro, sempre sobra. E o governo chama isso de benefício. Não é benefício do governo. É roubo do bolso do povo.
Estamos diante de um desrespeito histórico. Não apenas contra os aposentados. Mas contra cada brasileiro que construiu este país nos canaviais, nas fábricas, no asfalto quente, no comércio duro. Gente que nunca teve privilégio, mas que sustentou a riqueza e o poder dos que hoje tripudiam sobre o povo.
O voto não tem preço. O voto tem consequência.
E a consequência da covardia de Brasília é o tapa na cara do povo.
Foi assim na Lava Jato. Está sendo assim agora.
Até quando?
Pense nisso. Reflita.
Ou amanhã será tarde demais.
























