O Congresso dos Estados Unidos iniciou na tarde desta segunda-feira (6) a cerimônia que vai certificar a vitória eleitoral de Donald Trump. Presidida pela atual vice-presidente Kamala Harris, o momento marca exatamente quatro anos da invasão do Capitólio por apoiadores do republicano em função das eleições de 2020.
Em uma sessão histórica marcada pelo forte esquema de segurança e uma intensa nevasca que paralisou Washington, o Congresso americano deverá oficializar a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024. O republicano conquistou 312 dos 538 votos do Colégio Eleitoral, superando a chapa de Joe Biden e Kamala Harris, que obteve 226 votos.
A cerimônia tem um simbolismo particular por ser conduzida pela própria vice-presidente Kamala Harris, derrotada no pleito. Como presidente do Senado, Harris tem a missão protocolar de anunciar a vitória do adversário político, demonstrando uma postura institucional.
O evento ocorre sob medidas excepcionais de segurança. Pela primeira vez, a certificação será classificada como Evento Nacional de Segurança Especial, permitindo uma coordenação ampla entre forças federais e locais. Cercas foram erguidas ao redor do Capitólio e o acesso foi restrito apenas a pessoas credenciadas.
A data carrega uma carga histórica significativa por coincidir com o quarto aniversário da invasão do Capitólio, em 2021. Naquela ocasião, manifestantes tentaram impedir a certificação da vitória de Biden, resultando em cinco mortes e dezenas de feridos. Desde então, cerca de 1.500 pessoas foram acusadas por crimes relacionados ao episódio.
Em contraste com os acontecimentos de 2021, a sessão iniciou sem incidentes ou protestos, em parte devido às condições climáticas adversas que mantiveram as ruas da capital americana praticamente desertas. A confirmação da vitória pelo Congresso é similar à diplomação presidencial no Brasil e garante a posse de Trump, programada para o dia 20 de janeiro.
O presidente Joe Biden, em artigo publicado no Washington Post às vésperas da certificação, fez um apelo para que os americanos não esqueçam os eventos de 2021, alertando sobre os riscos de se reescrever a história daquele dia e ressaltando a importância de preservar a verdade dos fatos para as futuras gerações.