O governo federal fechou acordo de R$ 478,3 milhões com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) para organizar a COP30, conferência climática que acontecerá em Belém em 2025. O contrato, assinado em dezembro, dispensa licitação por se tratar de organização internacional.
A OEI, que se define como a maior organização multilateral de cooperação entre países ibero-americanos, será responsável pela preparação, organização e realização do evento. O acordo prevê ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais e técnico-operacionais até junho de 2026.
A contratação representa um aumento significativo nos investimentos em parcerias internacionais. Enquanto os governos Dilma, Temer e Bolsonaro somaram R$ 50 milhões em contratos com a OEI, apenas no segundo semestre de 2024 o atual governo fechou cinco acordos que, somados ao da COP30, totalizam quase R$ 600 milhões.
O salto nos valores coincide com mudanças na direção da organização. Em julho de 2024, Rodrigo Rossi assumiu a direção da OEI no Brasil, substituindo Leonardo Barchini, que se tornou secretário-executivo do Ministério da Educação. Fontes indicam que Barchini, durante sua gestão na OEI, negociou parte desses contratos.
A Secretaria Extraordinária para a COP30 esclareceu que a OEI não fará a gestão financeira dos recursos, mas será responsável pelo planejamento e estruturação do evento. A escolha de Belém como sede marca a primeira vez que uma conferência climática desta magnitude acontecerá na Amazônia, região crucial para as discussões sobre mudanças climáticas e conservação ambiental.
O evento deve reunir representantes de diversos países para debater questões climáticas globais, com foco especial na preservação da Amazônia e no desenvolvimento sustentável. A realização da conferência na região amazônica destaca a importância do bioma para a estabilidade climática mundial.