O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, apresentou voto divergente no julgamento da deputada Carla Zambelli, questionando a competência da Corte para analisar o caso do porte ilegal de arma. O magistrado argumenta que o episódio não tem relação com o exercício do mandato parlamentar.
Em sua manifestação, Mendonça reconheceu apenas o crime de constrangimento ilegal e sugeriu uma pena mais branda de oito meses em regime aberto, contrariando a maioria que já votou pela condenação da parlamentar a cinco anos de prisão. O ministro defendeu que Zambelli possuía autorização legal para portar arma, mesmo que tenha feito mau uso dela durante o incidente ocorrido às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
O caso em questão refere-se ao episódio em que a deputada perseguiu um homem com arma em punho pelas ruas de São Paulo. Seis ministros já votaram a favor da condenação, seguindo o voto do relator Gilmar Mendes, que propôs ainda a perda do mandato parlamentar. Mendonça, no entanto, contestou essa possibilidade, afirmando que tal decisão seria exclusiva da Câmara dos Deputados.
A parlamentar enfrenta outros processos na justiça, incluindo uma condenação a dez anos de prisão por envolvimento em um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. Atualmente, Zambelli encontra-se na Itália, onde foi presa em julho, aguardando processo de extradição. Sua defesa solicita prisão domiciliar, alegando problemas de saúde.
























