Um vírus chamado BRats tem causado prejuízos a usuários de Android no Brasil ao automatizar o desvio de dinheiro via Pix, operando de forma invisível e conseguindo realizar transferências mesmo com o celular bloqueado. A ameaça, detectada milhares de vezes, utiliza um sistema automatizado que dispensa o controle em tempo real pelos criminosos.
O golpe começa quando o usuário instala um aplicativo malicioso, geralmente disfarçado de jogo ou atualização importante, distribuído fora da loja oficial do Android. Ao ser instalado, o programa solicita acesso às funções de acessibilidade do sistema – um recurso legítimo criado para auxiliar pessoas com deficiência, mas que nas mãos dos golpistas permite o controle total do dispositivo.
O vírus age de forma sorrateira durante as transações bancárias. Quando a vítima tenta realizar um Pix, o malware intercepta a operação, simula uma lentidão ou trava na tela, altera o destinatário e o valor da transferência. O usuário, sem perceber a mudança, autoriza a transação fraudulenta ao digitar sua senha.
De acordo com especialistas da Kaspersky, empresa de segurança digital, o BRats possui capacidades avançadas que permitem realizar transferências mesmo com a tela do celular desligada ou bloqueada. No entanto, os criminosos preferem agir durante operações iniciadas pela própria vítima, evitando assim a necessidade de burlar sistemas de autenticação por biometria ou senha.
A preferência pelo Pix se deve à instantaneidade das transferências e sua popularidade no Brasil. Contudo, o malware também pode efetuar outros tipos de transações bancárias, como TED e TEF, especialmente entre contas do mesmo banco.
Para se proteger dessa ameaça, especialistas recomendam instalar aplicativos somente da loja oficial Google Play, desconfiar de pedidos de acesso à acessibilidade, manter um antivírus atualizado no celular e utilizar autenticação de dois fatores nos aplicativos bancários. É fundamental ainda revisar cuidadosamente os dados antes de confirmar qualquer transferência e monitorar regularmente as movimentações bancárias.
A evolução deste tipo de golpe demonstra como criminosos têm se sofisticado no ambiente digital, exigindo atenção redobrada dos usuários e a adoção de práticas seguras ao realizar transações financeiras pelo celular.