O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva de Juliana de Barros, 34 anos, mãe de três filhos menores com problemas de saúde. A dona de casa, condenada a 17 anos de prisão por envolvimento nos atos de 8 de janeiro, foi detida em Luziânia (GO), mesmo tendo direito a recorrer em liberdade.
A decisão judicial, fundamentada em “receio de fuga”, ignorou os embargos de declaração apresentados pela defesa em janeiro deste ano, que ainda não foram analisados pelo STF. Segundo a advogada Valquíria Durães, sua cliente cumpria regularmente todas as medidas restritivas impostas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
A situação familiar de Juliana é especialmente delicada. Sua filha mais nova, de 7 anos, sofre de problemas cardiovasculares e necessita de cuidados constantes. O filho do meio, de 9 anos, enfrenta complicações respiratórias, enquanto o primogênito, de 17 anos, luta contra um quadro de depressão, agravado pelo suicídio do pai e agora pela prisão da mãe.
De acordo com a defesa, Juliana dedicava-se integralmente aos cuidados do lar e dos filhos. Caracterizada como uma pessoa cristã, orientava sua vida pelos princípios da fé, mantendo uma postura pautada na ética e na valorização familiar.
A ordem de prisão, emitida na tarde de quarta-feira, 26, surpreendeu a defesa, que destacou o histórico de comprometimento de Juliana com as determinações judiciais anteriores. O mandado de prisão, ao qual a revista teve acesso, cita precedentes de fugas em casos similares para justificar a medida preventiva.
A defesa manifestou-se contra a decisão, argumentando que a prisão representa uma desproporcionalidade, considerando especialmente a situação vulnerável dos filhos menores que dependem dos cuidados maternos. A dona de casa encontra-se agora detida em uma unidade prisional em Luziânia, Goiás, aguardando a análise dos recursos pendentes.