Diante do cenário imposto pela pandemia de Covid-19, muitos empresários já começaram a programar suas ações para a Black Friday. A data brasileira será celebrada no dia 27 de novembro, mas diversos estabelecimentos devem antecipar as campanhas para evitar aglomerações e garantir a segurança dos consumidores. Nesse contexto, segundo uma pesquisa da Fecomércio-MG, 29,3% do comércio varejista mineiro pretende realizar ações para a Black Friday em 2020.
Para atrair os consumidores, seguindo todos os protocolos sanitários previstos, 23% dos empresários oferecerão descontos superiores a 50%, enquanto 27,6% esperam um impacto no volume de vendas superior a 25%. “O momento ainda exige cautela e planejamento. No entanto, em comparação às outras datas comemorativas do ano, o desempenho da Black Friday pode ser positivo, principalmente, diante da maior flexibilização das atividades econômicas,” destaca o economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida.
Segundo o especialista, em relação ao mesmo período de 2019, as receitas de vendas podem ser menores, por isso os empresários devem apostar em promoções diferenciadas para atrair o consumidor. Entre as principais ações previstas estão a adoção de descontos e promoções (35,8%) e divulgação/propaganda (16,0%). “Esse percentual pode ser ainda maior, pois 12,3% dos entrevistados ainda não planejaram suas ações. No entanto, o quanto antes desenvolvidas, mais tempo há para atrair os consumidores,” observa Almeida.
As principais ações serão realizadas pelos segmentos de tecidos, vestuário e calçados (87,9%); móveis e eletrodomésticos (50,0%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (37,5%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (30,0%) e livros, jornais, revistas e papelaria (25,0%).
Para atender essa demanda durante a Black Friday, 5,7% das empresas do comércio varejista de Minas Gerais pretendem contratar funcionários temporários no período, o que corresponde a 17,1% das empresas que farão ações na data.
Entre os motivos que podem impactar as vendas no período, os empresários citaram a pandemia (32,9%), o desemprego e a situação atual do país (21,4%) e a concorrência (12,9%). “Sem dúvida, a pandemia de Covid-19 ainda reflete na intenção de compras dos consumidores. No entanto, os empresários podem utilizar esse momento para mapear, planejar e readequar seus serviços e os estoques dos estabelecimentos,” ressalta o economista-chefe.
BLACK FRIDAY
Criada na década de 90 nos Estados Unidos, a Black Friday chegou ao Brasil em 2010, consolidando-se como uma data estratégica para o comércio, especialmente nos canais digitais. Ela é propícia para quem deseja adiantar as compras de Natal ou adquirir produtos com preços e condições diferenciadas. Mas é preciso ter cautela para não desequilibrar as contas ou cair em armadilhas. “Por isso, antes de ir às compras, é essencial se planejar financeiramente e pesquisar as ofertas para o produto que deseja”, pondera Almeida.
CONFIRA ALGUMAS DICAS:
Tenha um objetivo: identifique qual produto você quer ou precisa, pesquise vários sites e filtre suas preferências. Assim, você economiza tempo e dinheiro no momento das buscas.
Identifique o valor regular: pesquise o valor do produto antes do anúncio da oferta. Confira se a promoção é realmente uma oportunidade e não “a metade do dobro do preço”.
Pesquise os fornecedores: faça compras com empresas que possuem bom histórico e comentários positivos de clientes. Muitos sites de busca reúnem esses dados conforme o produto e os comentários sobre a entrega.
Estude as formas de pagamento: algumas promoções possuem condições especiais à vista, uma ótima opção na hora de economizar. Por outro lado, o uso do cartão de crédito sem juros pode ser a solução para realizar mais de uma compra, se você estiver sem dinheiro. Se a comprar for a prazo, planeje-se e tente pagar as prestações sem se endividar.