Acolher, escutar, entender, auxiliar e ensinar. Quando se pensa no papel dos profissionais de Psicologia na vida escolar de crianças, adolescentes, pais e servidores, o que se vê é ainda mais qualidade para uma Educação que trabalha de forma multidisciplinar em Ipatinga. Desde 2019, a rede municipal de ensino passou a contar também com cinco novos psicólogos contratados, numa iniciativa pioneira no Vale do Aço.
O esforço do município com esse projeto ganhou ainda mais relevância de outubro para cá, quando o governo federal vetou integralmente o projeto de lei que tornaria obrigatória a contratação de psicólogos em escolas públicas. “Quando se faz um trabalho diferenciado, de apoio aos familiares, alunos, funcionários e professores, nós passamos a enxergar o psicólogo como um investimento essencial na busca pela melhoria dos processos de aprendizagem das relações no contexto escolar. Isso reflete diretamente no desempenho de todos em sala de aula”, explica Eva Sônia Rodrigues, secretária de Educação.
Parceiro de professores e pedagogos, o psicólogo lida no dia a dia com situações de bullying, aconselhamento familiar ou até mesmo detectar a necessidade e fazer o encaminhamento do aluno para um atendimento mais especializado. Sua ação também pode ser preventiva. O psicólogo pode ajudar os educadores a lidar com temas complexos, como inclusão, diversidade, sexualidade, drogas e violência. Além disso, há ainda o trabalho de escuta e aconselhamento individual e coletivo com os servidores municipais – que inclui professores, assistentes da educação, servidores da cantina, auxiliares de serviços gerais e diretores – ajudando no equilíbrio emocional dos profissionais.
Hoje, Ipatinga conta com sete psicólogos para darem suporte às atividades das 47 escolas municipais da rede. Um deles é o João Paulo Firmino. “Uma de nossas funções principais é orientar e fazer o acompanhamento de vulnerabilidade social e familiar dos alunos. Além disso, nós também acolhemos e orientamos os pais, tanto em questões relacionadas à escola quanto à comunidade em geral”.
Um exemplo dessa atuação é na articulação da rede de proteção dos direitos das crianças e adolescentes em parceria com escolas, unidades básica de saúde e serviço de assistência social.
Mesmo com as aulas suspensas por conta da pandemia da Covid-19, o acolhimento e o trabalho psicológico continuam disponíveis também por meio virtual.
“Esse tipo de trabalho é novo e reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia. Em meio à discussão nacional, Ipatinga saiu na frente, pois já está implementando o atendimento e com resultados positivos”, conclui o psicólogo escolar.