Marcelo Dilla (*)
Existe um antigo “zum-zum-zum” (que já dura mais de 50 anos), que os japoneses, os primeiros grandes compradores da antiga CVRD (hoje, Vale), levavam ouro escondido junto ao minério de ferro para o Japão. As empresas japonesas enviavam técnicos até às minas de Itabira, para escolherem de qual lugar seria selecionado para extração do mineral.
O curioso é que alguns desses técnicos iam ‘inspecionar’ esses locais, com aventais e guarda-pós brancos por cima de suas roupas, sob os olhares assustados dos brasileiros. Isso porque que o local era carregado de poeira e terra vermelha de minério.
Mesmo sob os “risos” discretos e indiscretos dos funcionários da Vale, os japoneses com seus exóticos trajes, chegavam em determinados locais onde seria extraído o mineral e simplesmente rolavam com seus corpos sobre o terreno, impregnando suas vestes brancas com a ferrugem do minério. Depois de horas rolando no chão, os técnicos do Japão apontavam os locais onde eles queriam que o minério fosse explorado e levado para o seu país.
Na época, ninguém da antiga CVRD conseguia entender o que era aquilo, ou o que significava. Tempos depois, todo o ‘teatro’ foi descoberto. Na verdade, os aventais e guarda pós-brancos dos japoneses possuíam no seu tecido, agentes químicos que retinham partículas de ouro e, assim sendo, os locais da mina de minério de ferro que tivessem mais partículas de ouro, eram os escolhidos extração.
Vale lembrar que o nosso minério de ferro levado para o Japão, é estocado principalmente, na Baía de Tóquio.
É verdade ou mentira, história ou lenda? Fica a pergunta.
(*) Marcelo Dilla é cronista, vocalista e guitarrista da banda Creedence Cover Brasil