A Polícia Federal começou a cumprir nesta terça-feira (29), a pedido do Ministério Público Federal (MPF), 13 mandados de prisão temporária, além de buscas em endereços ligados a 37 pessoas físicas e jurídicas. A ação acontece nesta terça-feira (29) no Pará como operação S.O.S. e nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul com o nome Raio X.
A Raio X, aberta pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público estadual, cumpre mais 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão. Os cerca de 520 agentes policiais federais e estaduais também deram início a mandados em cidades de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.
PARÁ
Entre os alvos da operação de hoje está o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Contra Barbalho não há mandado de prisão, mas agentes foram ao seu gabinete de governo em busca de documentos que comprovem as denúncias.
A investigação apura possíveis irregularidades na contratação, por parte do governo do Estado do Pará, de organizações sociais para gestão de unidades hospitalares. Com a pandemia de covid-19, essas entidades assumiram também a instalação e administração de hospitais de campanha.
Também para investigar irregularidades em contratos da Saúde do Pará durante a pandemia, em julho, a Polícia Federal deflagrou a 2ª fase de operação Para Bellum. Na ocasião, o objeto das investigações eram compras de respiradores pulmonares. Cerca de 25 agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, localizados nos municípios gaúchos de Porto Alegre e Xangri-Lá.
O valor total do contrato por 400 unidades foi de R$ 50,3 milhões, dos quais R$ 25 milhões chegaram a ser pagos por equipamentos que não serviam para o tratamento da covid-19 e acabaram devolvidos. A suspeita do Ministério Público Federal (MPF) é que os respiradores foram comprados de uma empresa sem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).