Com o intuito de antecipar e aprofundar a discussão sobre os projetos e perspectivas para o setor ferroviário em Minas Gerais e no Brasil, além dos possíveis negócios a serem gerados a partir dos novos investimentos, a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA) e a Agência de Promoção de Investimentos e Comércio Exterior (INDI) realizaram o seminário “Trilhos do Brasil: Oportunidades para o Vale do Aço”, nessa quinta-feira (2).
O evento, realizado na sede da Fiemg Regional Vale do Aço, contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), prefeituras da região, da Fiemg, APL Metalmecânico Vale do Aço, Sebrae Minas, das empresas do setor metalomecânico e instituições de ensino superior.
Para o diretor-geral da ARMVA, João Luiz Teixeira Andrade, este é o momento de iniciarmos a articulação da região para atender as futuras demandas.
“Estamos falando de investimentos que serão realizados em médio e longo prazo. Mas, para assumirmos um lugar de destaque nesta cadeia produtiva, temos que começar a nos preparar hoje. Lembramos que, atualmente, a maior parte dos suprimentos do setor ferroviário é fabricada no exterior, incluindo os trilhos por exemplo. Para produzirmos aqui no Vale do Aço envolve planejamento, para que no momento que formos demandados termos condições de atender as concessionárias e o Vale do Aço, que já possuí expertise no setor metalomecânico, se posicionar de forma vantajosa neste mercado. É por isso que nós da ARMVA junto ao INDI, com apoio da Sede, da Seinfra, e das instituições da região já iniciamos essa mobilização”, afirma o diretor.
FUTUROS INVESTIMENTOS NO SETOR FERROVIÁRIO
A superintendente de transporte ferroviário da Seinfra, Vânia Silveira de Pádua Cardoso, destacou que o país vive um momento promissor no setor ferroviário. Ela ainda reforçou a posição de destaque de Minas Gerais para os novos investimentos.
“Estamos diante de perspectivas sem precedentes para a indústria ferroviária. A criação do marco legal ferroviário pelo governo estadual e federal desencadeou uma chuva de requerimentos de outorga de autorizações para a construção e exploração de novas ferrovias no país que já somam mais de R$ 120 bilhões de investimentos e 10 mil quilômetros de novas ferrovias. Minas Gerais é um dos estados que mais tem sido comtemplado com esses requerimentos, com projetos de ferrovias que cortam o Estado, sentido aos portos do Espírito Santo ou em ampliação às malhas sob concessão federal, representado cerca de 4.000 km de extensão de novas ferrovias, e quase metade de todos os investimentos estimados”, pontua Vânia.
NEGÓCIOS PARA O VALE DO AÇO
Para a concretização dos futuros investimentos da indústria ferroviária, espera-se que o setor metalomecânico seja um dos mais requisitados. O gerente de cadeias de mineração, siderurgia e metal-mecânicas do INDI, Henrique Tavares, destacou como as indústrias do Vale do Aço podem estar envolvidas neste processo.
“A gente acredita que isso abre um grande espaço de oportunidades, em especial para o pessoal que está na área do aço e metalomecânico que serão os fornecedores dessa expansão que virá. Em médio prazo, estamos falando de fornecimento de trilhos, dormentes, vagões, peças, todos os componentes que envolvem a construção e operação ferroviária. Esta é mensagem que levamos ao vale do aço para que os empresários possam se movimentar, desenvolver estudos e se articular para estas oportunidades que irão surgir”, ressalta Henrique.
O Estado de Minas Gerais tem sido protagonista na aplicação das diretrizes de liberdade econômica e, segundo a superintendente Vânia Cardoso, Minas Gerais já se desponta legalmente para ser um estado fornecedor dos suprimentos usados pelo setor ferroviário. “O Estado já conta com uma legislação – Recomeça Minas – que prevê o incentivo fiscal para toda a cadeia da indústria ferroviária. Estamos assistindo ao anúncio de um ciclo virtuoso para a indústria ferroviária e Minas reúne todos os requisitos para ser protagonista, também com relação à indústria ferroviária, como sempre foi, em relação ao modal ferroviário”, reitera a superintendente.