No Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado hoje (21), o Núcleo de Educação Inclusiva (NEI) do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), alerta sobre a necessidade enfrentar os desafios atuais da educação e proporcionar o acesso de jovens e adultos com necessidades educacionais especiais ao ensino superior, garantidos pela Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015.
A lei promove a inclusão desse público em diferentes aspectos da sociedade, mas na prática ainda há muito a se conquistar, principalmente, na educação. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), publicado em 2021.
Dentre os 17,3 milhões de pessoas (8,4% do total) com pelo menos um tipo de limitação relacionada às suas funções, no Brasil, apenas 5% concluíram o ensino superior. Parte disso pode ser explicado pelo fato de que muitos não concluem sequer o Ensino Médio, apenas 16%. Outro fator que contribui com esse índice está relacionado com o baixo número de instituições de ensino superior que possuem políticas de inclusão e de acessibilidade como um direito efetivo no ambiente acadêmico.
Sabendo desse grande desnível educacional, se comparado com as pessoas sem qualquer tipo de deficiência, o Unileste, por meio do NEI, atua na remoção de barreiras atitudinais, físicas, pedagógicas e de comunicação, para o ingresso e permanência das pessoas com deficiência ou transtornos de aprendizagem nos cursos de graduação da Instituição.
“Desenvolver uma educação acessível para as pessoas com deficiência ou transtornos de aprendizagem é fundamental para potencializar a capacidade de cada indivíduo em seu processo de formação. Na educação, é essencial ter sensibilidade para integrar, observar e extrair o melhor de cada universitário, e o Unileste compreende essa necessidade e vê a educação como instrumento importante para a inclusão social”, destaca a coordenadora do Núcleo, Viviani Paes de Lima Silva.
A IMPORTÂNCIA DAS REDES DE APOIO
Atualmente, o Centro Universitário possui estudantes com deficiências auditiva, visual, intelectual, física ou múltipla, com transtornos de desenvolvimento, aprendizagem e outros distúrbios mentais. Esses estudantes, das mais diversas áreas do conhecimento, podem usufruir de uma estrutura acessível, de materiais acadêmicos adaptados, apoio dos colegas e familiares e o acompanhamento da equipe pedagógica do NEI, composta por pedagogos, psicólogos e profissionais de educação especializada.
Lucas Azevedo Barbosa, estudante do 8° período do curso de Direito, é deficiente visual, mas isso, segundo ele, não o impede de viver a rotina acadêmica de forma plena. “Sempre sonhei em me tornar um advogado e fiquei muito feliz quando essa possibilidade se tornou possível. Desde que ingressei no Unileste em 2019, conto com o apoio da minha família, dos colegas de classe, professores e dos profissionais do NEI, bem como os de toda a Instituição, na minha caminhada acadêmica. Esse apoio tem sido fundamental para a minha permanência no ensino superior”.
Para a profissional de educação especializada, Claudia Lemos Fernandes, que acompanha o acadêmico, assistindo, gravando e transcrevendo as aulas, o objetivo da rede de apoio é auxiliar não só o Lucas, mas todos os estudantes da Instituição com algum tipo de deficiência, para um bom desempenho acadêmico, equiparando as condições entre alunos com deficiência e os que não têm.
SOBRE O NEI
O Núcleo, institucionalizado no Unileste em 2017, proporciona e assegura a inclusão do estudante e do colaborador no ambiente universitário, informando a comunidade acadêmica sobre a legislação, as normas educacionais vigentes, invalidando barreiras atitudinais, promovendo a acessibilidade e ações acadêmicas e laborais de inclusão. O NEI colabora para a inclusão da pessoa com deficiência em todos os espaços, além de articular com órgãos regionais, fóruns de discussão sobre a inclusão de PCD’s no mercado de trabalho da região do Vale do Aço.
DIA NACIONAL DE LUTA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
O Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, 21 de setembro, foi oficialmente criado a partir da Lei nº 11.133, de 14 de julho de 2005, e reforça a necessidade de uma sociedade igualitária, inclusiva, com acessibilidade e de respeito a todos.