Edmilson Firmino (*) – Acompanho jogos de futebol há alguns anos. Sinceramente jamais vi tamanha desorganização em um jogo, como o de Ipatinga x Atlético Mineiro, no Ipatingão, neste sábado: uma noite de horrores.
Como se não bastasse a extorsão dos valores dos ingressos, o ambiente estava completamente despreparado para receber o público. Foi de dar dó ver crianças e idosos sendo ‘pisoteados’ pela multidão na entrada do estádio na ala da torcida do Atlético.
Uma parcela significativa da torcida somente conseguiu entrar no estádio já no final do primeiro tempo. Um absurdo. Enquanto da ala da torcida do Ipatinga, torcedores sentavam-se de maneira bem mais confortável.
Mas, tanto internamente, como no entorno do estádio, o estado era deplorável. Banheiros imundos não frequentáveis, principalmente pelas mulheres e crianças. Sujeira pra todo lado do estádio.
A justificativa de que a gestão do estádio teve pouco tempo para ‘arrumar’ o ambiente é conversa fiada. Desde o arbitral do ano passado na FMF, o Ipatinga soube que iria ter jogos do Mineiro no Ipatingão.
A verdade é que a incompetência foi geral. Desde a venda dos ingressos até a organização do evento. Ingressos estes vendidos antecipadamente a R$100,00 e uma hora antes do jogo sendo ‘revendidos’ por cambistas a preços de R$10,00 e R$20,00 por cambistas. De onde saíram os ingressos?
Nenhuma confusão generalizada ocorreu no estádio. Graças a Deus! Caso contrário teria ocorrido certamente uma tragédia, sendo os mais atingidos crianças e idosos.
E não é pelo fato de não ter ocorrido a tragédia que todos os envolvidos não deveriam ser responsáveis pela baderna desta noite. O MPMG, assim como a FMF têm a obrigação de abrir investigação para apurar esse desrespeito aos torcedores, que já demonstram suas revoltas nas redes sociais. Estão revoltados; e com muita razão.
A imagem que se levou do Ipatingão, desta vez, foi deplorável, horrível.
Os comentários no próprio Instagram da Prefeitura de Ipatinga retratam bem a revolta dos torcedores que foram ao ‘castigado’ Ipatingão na noite de sábado. A análise do futebol ficou para segundo plano. Aliás, depois de acompanhar o drama do torcedor, o jogo pouco importava.
São muitos os torcedores que foram ao estádio pela primeira vez e ficaram completamente assustados, principalmente as crianças e adolescentes. O sonho por muito pouco não se transformou em tragédia.
O Ipatinga Futebol Clube, a gestão do estádio, a Prefeitura de Ipatinga, a Federação Mineira de Futebol (FMF) deveriam se envergonhar muito pela ‘Noite de Horrores’ que promoveram. Assim, como deveriam ser todos responsabilizados, tratando o torcedor como ‘boiada’ e não como humanos.
(*) Jornalista e atleticano