Por Walter Biancardine (*)
Publiquei aqui no Carta de Notícias anteontem um artigo, intitulado “Lula internado: o que está acontecendo?”, no qual apontava as contradições do suspeito e abafado processo de internação e cirurgia do presidente Lula. Mais que isso, manifestei a sempre presente desconfiança com quaisquer ações divulgadas pela esquerda – invariavelmente confusas, sem nexo e com inúmeros fios soltos, os quais nos levam às inevitáveis suspeitas de que nem tudo foi dito.
Dois dias se passaram e nada mudou. Pior: o já anêmico quadro de informações disponíveis definhou-se, agravado por declarações teatrais de um médico – Dr. Kalil – que, de jaleco e estetoscópio pendurado no pescoço ao adentrar o hospital, esforçava-se por afirmar algo que sua linguagem corporal desmentia plenamente.
Não devemos nos esquecer: hemorragias no cérebro atendem pelo nome de AVC – Acidente Vascular Cerebral. Quando tal órgão sangra por contusões, trata-se de caso muito mais grave.
Não bastasse a clareza do fato, médicos e sua assessoria de imprensa (leia-se “Rede Globo”) insistiam em dizer que Lula estava ótimo, conversando e brincando, mas que teria de ser submetido à nova cirurgia – perfeitamente previsível, como consequência natural da primeira intervenção, diziam eles.
Pois bem, a nova cirurgia teve início às 7:25 AM e precisamente às 8:27 AM – uma hora e dois minutos após o início divulgado – o inefável Kalil já estava a postos na sala de imprensa do hospital, cercado de jornalistas e dizendo que “a operação foi um sucesso, durou cerca de uma hora (sic) e ele já está sentado e conversando”.
Trata-se de embolização da artéria meníngea, uma delicada intervenção cirúrgica realizada no cérebro de um paciente idoso, de 79 anos, e não mera operação de fimose, feita em renitente adolescente. Mais que isso: como afirmar que o ato durou cerca de uma hora, se dois minutos após este período de tempo o inoxidável Dr. Kalil já se encontrava conversando com jornalistas?
Não bastassem as contradições cronológicas e o rebaixamento de um procedimento de risco à condição de remoção de unha encravada, ainda somos obrigados a assistir um médico, este mesmo Dr. Kalil, entrar no hospital fantasiado de médico – jaleco e estetoscópio pendurado no pescoço, práticas anti higiências, causadoras de graves contaminações e há muito abolidas neste círculo profissional.
Cabe lembrar que nesta entrevista, dada exatos dois minutos após o prazo de duração da intervenção, cronometrados pelo doutor, o mesmo afirmava que Lula estaria já “sentado e conversando”! Creio que é esticar demais a corda e chamar o povo brasileiro de imbecil para baixo.
Mas o mundo de fantasia das narrativas esquerdistas não se resume apenas ao âmbito hospitalar, pois igualmente arriscam suspeitíssima futurologia diante de tal quadro clínico, apresentado como “muito bom”. Segundo a assessoria de imprensa da esquerda – leia-se “O Globo” – “Lula deve ter alta entre segunda-feira e terça-feira que vem. Estaria liberado também para trabalhar, mas no Palácio da Alvorada – no Palácio do Planalto, a previsão é que só retorne em 2025 ou, talvez, no último dia útil de trabalho do ano”.
O plano é manter Lula escondido até 2025? Nenhuma entrevista ou aparição pública? Por quê? “Tristes coincidências” poderiam acontecer, até esta data? E quem governaria o Brasil, já que Alckmin – o mais humilhante destino da política brasileira – assumiu mas não governa?
“Continuarei exercendo a função de Primeira-Dama ao lado de Alckmin”, disse Janja em entrevista para esta mesma Rede Globo. Pois é. Esqueçam os protocolos, esqueçam que Primeira-Dama não é um cargo e dane-se a esposa de Alckmin. Ela quer mandar – mandar mais, diga-se de passagem.
Não bastasse tal sucessão de imbroglios e desinformação, a esquerda não conseguiu esconder suspeitíssima reunião – ocorrida na noite de ontem – entre Aloísio Mercadante, Rui Costa e José Genoíno com os comandantes do Exército, general Tomás Paiva, e da Aeronáutica, tenente brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.
Desnecessário comentar o viés político de ambos ou acrescentar o notório carreirismo pelo qual são conhecidos. O que devemos observar é que, “coincidentemente” – e a esquerda é plena de “coincidências” – a Marinha de Guerra do Brasil não esteve presente ou foi convidada. Alguém ainda se lembra das ameaças que os comandantes do Exército e da Aeronáutica fizeram à Bolsonaro, caso ele reagisse aos absurdos eleitorais? Alguém também se lembra que o comandante da Marinha foi o único a apoiar o então presidente e a legalidade?
Até um gambá conclui que a Marinha de Guerra, como força militar, não desfruta da confiança dos narco-ditadores brasileiros – aliás, a Marinha sempre posicionou-se de forma leal e correta, desde os tempos onde ofereceu bombardear o Rio de Janeiro como revide, pelo golpe de Estado que proclamou nossa infeliz república e destituiu o Imperador Dom Pedro II, o qual recusou o oferecimento.
Há algo de muito podre no ar, e não é o odor de moluscos em decomposição.
É dever de todos os brasileiros estarem prontos e preparados, pois eventuais e totalitárias surpresas podem advir, de tal quadro de desinformação proposital.