Por Walter Biancardine (*)
Um vídeo recente do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) viralizou nas redes sociais, nos exortando a focar com cuidado os anúncios veiculados na propaganda eleitoral que, em breve, se iniciará. Segundo Nikolas, devemos prestar muita atenção, não na posição em que os candidatos dizem ter assumido diante dos eventos totalitários no Brasil, mas, sim, onde realmente vimos que se situaram.
Prisões arbitrárias, liberações negadas – ou proteladas de maneira sádica – a presos que cumpriram todas as exigências para suas solturas, juízes emitindo declarações políticas e antecipando sentenças, além do vasto elenco de teratologias judiciais bem conhecidas e sofridas por todos nós, devem ser lembrados junto com o que esses candidatos fizeram, disseram ou, mais importante, deixaram de fazer ou se esconderam, omitindo-se.
Por outro lado preocupa-me a crescente narrativa, principalmente entre a direita e conservadores, de que a única solução para a inegável anomia institucional que vivemos — eufemisticamente chamada de “crise” — seja a “saída pela política”.
A história nos ensina que não se faz acordos com quem quer nossa extinção. Não há como negociar com comunistas, socialistas, progressistas ou com quem se diz “centro-esquerda” pois todos, sem exceção, compartilham o mesmo DNA perverso. Moderados socialistas, sofisticados progressistas e até os insuportáveis “isentões”, sempre oportunistas, acabam por beijar o comunismo na boca quando pressionados.
O leitor talvez entenda minhas posições como radicais, mas recorro a Santo Tomás de Aquino em minha defesa, pois que dizia: “a reação, se destinada a restabelecer a ordem, não só é justa como necessária”. Ele se referia à sedução por pensamentos hereges que contaminava até o clero, incluindo o Papa, durante a Idade Média. Santo Tomás pregava que, diante de comportamentos anômalos os fiéis não deveriam se omitir, mas agir pronta e resolutamente para derrubar os culpados de suas posições. E alguém ousaria chamar Santo Tomás de “reacionário” ou “radical”?
Não vou chegar ao ponto de rememorar meus artigos, durante grande parte do governo Bolsonaro e na transição entre as administrações, no qual eu afirmava que “Moisés não teria libertado os judeus do Egito se obedecesse as leis de Faraó”, mas com tal pensamento à parte, apenas em impasses de menor estatura enxergo a negociação, acima citada, como uma ferramenta viável e eficaz.
De volta ao século XXI, é desnecessário enfatizar a importância das manifestações populares pacíficas, constantes e com pautas claras, até que o quadro distópico atual desmorone – e esta é a versão moderna e ordeira do pensamento tomista. Contudo, devemos também estar atentos às infiltrações silenciosas, especialmente quando candidatos desconhecidos e sem histórico claro pedem nossos votos nas eleições municipais para vereadores e prefeitos. Lembre-se: a esquerda infiltra-se, ocupa espaços e aparelha o Estado como tática básica de poder.
Aqui vale a exortação de Nikolas Ferreira: investigue o passado desses candidatos nos piores momentos da nossa pífia República. Esta eleição municipal pode ser uma das mais decisivas, pois o atual mandatário Luís Inácio, o Lula, já a “federalizou” em seus discursos, revelando o uso das prefeituras pelo “consórcio” que lidera e antecipando a corrida eleitoral – uma verdadeira e desastrosa ejaculação precoce, que serviu apenas para alertar-nos da importância deste pleito.
Não subestimemos o peso de nossas escolhas, neste outubro próximo. Além da obviedade que prefeitos e vereadores exercem influência mais imediata e diária em nossas vidas que quaisquer decisões palacianas tresloucadas, existe também o componente da descabida “federalização” e da ocupação de espaços, comentados acima.
Em boa hora e conveniência podem, os mesmos mandatários municipais, serem nossas “pílulas antirrepressivas” para ajudar a derrubar a infame e podre cortina de ferro, que cerca Brasília.
Muito bom este artigo. Vou divulgar muito. Parabéns.