Por William Saliba
Lula não apenas parece assombrar o país com o seu “desgoverno”, destruindo a economia, sobrecarregando o povo e complicando as relações diplomáticas, como também parece interpretar o papel principal em uma novela de mistério bem ao estilo latino-americano.
No primeiro capítulo desse dramalhão, o ditador Nicolás Maduro, em pronunciamento transmitido ao vivo pela TV venezuelana, fez um monólogo sobre soberania, criticando o que ele chama de “interferência dos Estados Unidos na América Latina”. Até aí, tudo dentro do script.
Mas o que realmente chamou a atenção foi o que veio a seguir. Maduro, com sua já conhecida obsessão pelo “imperialismo” norte-americano, invocou a figura de Lula como parte de uma conspiração digna de uma trama de espionagem. Segundo ele, o presidente brasileiro estaria sendo manipulado pela CIA, a agência de inteligência dos EUA, como um “fantoche” para minar a soberania da região e facilitar os interesses econômicos e políticos dos americanos. E claro, como todo bom vilão de novela, não faltaram teorias mirabolantes.
Agora vem o melhor: Maduro não só sugeriu que o presidente brasileiro está sendo manipulado, mas foi além e afirmou que o Lula que conhecemos nem é o verdadeiro.
Acredite se quiser, mas para o líder venezuelano, o autêntico Lula já teria morrido, e o que temos no Brasil seria uma réplica, criada por agentes da CIA, para controlar o país.
Segundo essa teoria, o Lula de hoje é apenas uma marionete com uma máscara digna de um filme de ficção científica, e seu único objetivo é garantir que o Brasil continue alinhado com os interesses de Washington.
Sem provas, claro – porque, afinal, quem precisa delas em uma novela? –, essas declarações de Maduro causaram alvoroço, especialmente entre os fãs das melhores teorias conspiratórias da América Latina.
Mas o show não acaba por aí. Dias depois, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela tentou botar um pano quente na situação, esclarecendo que as palavras do procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, sobre Lula ser “cooptado pela CIA”, não refletiam a posição oficial do governo. Parece que nem todo mundo lá no set de gravação estava alinhado com o roteiro.
E como toda boa novela tem reviravoltas, o próprio Lula entrou na brincadeira, soltando em uma entrevista na Rádio Metrópole de Salvador a frase que selou o mistério: “Não sou o Lula, sou a encarnação do povo na presidência”. Uma declaração digna de protagonista!
Se isso não é coisa de outro mundo, eu não sei o que é. Até parece que estamos em um episódio de “Arquivo X”.
Só falta alguém gritar: “Cruz credo!”