Por William Saliba
Os resultados das últimas eleições revelaram o esfacelamento do PT, enquanto partidos como PSD de Gilberto Kassab e o MDB de Michel Temer emergem como protagonistas nas articulações políticas do Brasil. Em diversas localidades, o PL — que abriga o ex-presidente Bolsonaro — obteve sucesso na eleição de prefeitos, consolidando coligações estratégicas com essas duas siglas.
O PSD, liderado por Gilberto Kassab, presidente do partido e secretário de Assuntos Institucionais do governador Tarcísio de Freitas, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia no governo Lula, ilustram bem essa dinâmica. A atuação do partido parece mais voltada para o oportunismo político do que para um alinhamento ideológico claro.
Recentemente, Kassab foi citado por supostamente estar articulando a reeleição de Tarcísio, com ele mesmo como vice. Em contrapartida, nesta terça-feira (8), ele afirmou que “desprezar Lula é para quem não conhece política”, enfatizando o histórico eleitoral do atual presidente. Segundo Kassab, Lula acumula uma trajetória impressionante, tendo vencido cinco eleições diretas e mais duas com Dilma Rousseff, antes de retornar ao cargo.
Em uma análise no programa de William Wack da CNN, Kassab reiterou a força de Lula, reconhecendo sua habilidade em permanecer relevante no cenário nacional por décadas. Na mesma oportunidade, o líder do PSD disse que “o governador do Paraná, Ratinho Júnior, também do PSD, só não será candidato ao Planalto em 2026 se não quiser”. Isso demonstra que o poder pode fazer a dança das cadeiras reaparecer.
Enquanto isso, Alexandre Silveira, um dos ministros mais próximos a Lula, mantém relações estreitas com o prefeito de Coronel Fabriciano, Marcus Vinícius Bizarro, e a deputada federal Rosangela Reis, do PL, que representariam as bandeiras da direita. Essas articulações foram fundamentais para a reeleição de Gustavo Nunes como prefeito de Ipatinga, refletindo a complexidade do cenário político em Minas Gerais.
Ainda temos o expressivo deputado federal Nikolas Ferreira, que defende bandeiras conservadoras como, Deus, Pátria e Família, e isso pode nos dar um norte em nosso estado para o andamento da política doméstica.
Por outro lado, surge uma nova figura da direita “puro-sangue”: o Capitão Vitor, eleito prefeito de Timóteo, que deve liderar o movimento conservador na Região Metropolitana do Vale do Aço. Seu desempenho nas eleições pode indicar uma nova dinâmica para a direita regional.
É aguardar para ver os desdobramentos deste cenário, em direção às eleições de 2026.