A inflação brasileira deve superar o teto da meta em 2024, segundo projeções do mercado financeiro divulgadas nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central. O IPCA, índice oficial de preços, deve alcançar 4,55% este ano, acima do limite superior de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.
Segundo a Agência Brasil, o cenário mais pessimista para a inflação coincide com a recente alta do dólar e pressiona o Banco Central a intensificar o aperto monetário. Na última reunião, o Copom já havia elevado a taxa Selic para 10,75% ao ano, primeiro aumento em mais de dois anos.
A deterioração das expectativas inflacionárias reflete principalmente o impacto da conta de energia elétrica nos preços ao consumidor. Em setembro, o IPCA registrou alta de 0,44%, após deflação em agosto, acumulando 4,42% em 12 meses.
Para conter a escalada dos preços, analistas projetam que os juros básicos devem subir para 11,75% até dezembro. O próximo encontro do Copom, marcado para 5 e 6 de novembro, deve confirmar nova alta na Selic, encarecendo o crédito e desacelerando o consumo.
Apesar do cenário desafiador para a inflação, a economia brasileira segue resiliente. As projeções para o crescimento do PIB em 2024 melhoraram de 3,05% para 3,08%, após expansão surpreendente de 1,4% no segundo trimestre. No mercado cambial, a expectativa é que o dólar encerre o ano cotado a R$ 5,45.
Para 2025, o mercado espera inflação de 4%, ainda acima do centro da meta de 3%, com juros em 11,25% e crescimento econômico mais moderado, de 1,93%. O novo sistema de meta contínua, que entrará em vigor no próximo ano, manterá a referência de 3% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.