A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, reduziu sua participação na Usiminas (USIM5), conforme comunicado divulgado pela siderúrgica brasileira nesta quarta-feira (4). A movimentação ocorre em um momento delicado para a empresa, cujas ações já acumulam queda superior a 30% apenas em 2024.
De acordo com o informe, os clientes da BlackRock venderam mais de um milhão de ações preferenciais classe A da Usiminas. Com isso, a posição da gestora americana na companhia caiu de 27,7 milhões para 26,7 milhões de ações preferenciais classe A, o que representa agora 4,88% do total de papéis emitidos pela siderúrgica.
A redução não se limitou às ações preferenciais. A BlackRock também diminuiu sua participação em ações ordinárias da Usiminas (USIM3), passando de 1,9 milhão para 1,59 milhão de papéis, o que corresponde a cerca de 0,22% do total de ações ordinárias da empresa.
É importante ressaltar que essa movimentação representa uma reversão da tendência observada no mês anterior, quando a BlackRock havia aumentado sua posição na Usiminas. Na ocasião, a gestora chegou a deter 5,07% do total de papéis da companhia brasileira.
Apesar da redução, a BlackRock mantém uma posição significativa na Usiminas, incluindo 15,6 milhões de instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações preferenciais com liquidação financeira, representando 2,85% do total de papéis preferenciais classe A.
A gestora americana, que possui impressionantes US$ 10,6 trilhões sob gestão, enfatizou que a redução de sua participação na Usiminas é puramente uma estratégia de investimento. Segundo o comunicado, não há intenção de alterar o controle acionário ou a estrutura administrativa da siderúrgica brasileira.
A BlackRock também afirmou não ter celebrado contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela Usiminas. Essa declaração visa dissipar qualquer especulação sobre possíveis mudanças na governança da empresa.
O movimento da BlackRock ocorre em um momento desafiador para a Usiminas no mercado de ações. Nos últimos 12 meses, os papéis da siderúrgica acumulam desvalorização de 12,03%. Para se ter uma ideia, um investimento de R$ 1.000 em ações da Usiminas há um ano estaria avaliado em R$ 879,71 hoje, já considerando o reinvestimento dos dividendos.
A redução da participação de um investidor do porte da BlackRock pode gerar preocupações adicionais entre os acionistas da Usiminas. No entanto, é importante lembrar que movimentações desse tipo são comuns no mercado de ações e nem sempre refletem uma visão negativa sobre a empresa em questão.
O setor siderúrgico como um todo enfrenta desafios globais, incluindo flutuações nos preços das commodities e incertezas econômicas. A Usiminas, como uma das principais empresas do setor no Brasil, não está imune a esses fatores externos.
Resta agora aos investidores e analistas de mercado acompanhar de perto os próximos passos da Usiminas e avaliar como a empresa planeja enfrentar os desafios atuais para recuperar o valor de suas ações e a confiança do mercado. A gestão da siderúrgica terá pela frente a tarefa de demonstrar resiliência e capacidade de adaptação em um cenário econômico ainda incerto.
Com informações do site Investidor 10