A Caixa Econômica Federal anunciará na próxima segunda-feira (21) novas regras para o financiamento da casa própria. As alterações, que entrarão em vigor em novembro, reduzirão o percentual financiável e aumentarão o valor da entrada exigida dos compradores.
As mudanças afetarão os dois sistemas de crédito imobiliário oferecidos pelo banco: o Sistema de Amortização Constante (SAC) e a Tabela Price. No SAC, o percentual máximo financiável cairá de 80% para 70% do valor do imóvel. Já na Tabela Price, a redução será ainda mais significativa, passando de 70% para 50%.
Essas alterações implicarão em um aumento considerável no valor da entrada que os compradores precisarão desembolsar. Por exemplo, para um imóvel de R$ 800 mil, a entrada mínima pelo sistema SAC passará de R$ 160 mil para R$ 240 mil. No caso da Tabela Price, o valor inicial exigido saltará de R$ 240 mil para R$ 400 mil.
Além disso, a Caixa estabelecerá um limite de R$ 1,5 milhão para o valor dos imóveis financiados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O banco também não permitirá que o cliente tenha outro financiamento habitacional ativo simultaneamente.
As novas regras não se aplicarão a unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos já financiados pela Caixa, nem afetarão os contratos existentes. A instituição informou que as mudanças não têm prazo de validade definido, sugerindo que podem ser permanentes.
A decisão da Caixa de restringir o financiamento imobiliário ocorre em um contexto de crescente demanda por imóveis e aumento nos saques da caderneta de poupança, principal fonte de recursos para esses empréstimos. Em setembro, a poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano, totalizando R$ 7,1 bilhões, marcando o terceiro mês consecutivo de retiradas.
Apesar das restrições, a Caixa mantém sua posição dominante no mercado de crédito imobiliário, sendo responsável por quase 70% do setor. Até setembro deste ano, o banco concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023, financiando 627 mil imóveis.
Essas mudanças devem impactar significativamente o mercado imobiliário brasileiro, potencialmente tornando mais difícil para muitos compradores adquirir seu imóvel próprio. Por outro lado, a medida visa garantir a sustentabilidade do sistema de financiamento habitacional a longo prazo, equilibrando a oferta de crédito com a disponibilidade de recursos.