Expectativa por dados de inflação nos EUA movimenta mercados globais; Renda fixa brasileira registra forte fechamento na curva longa
Com a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) agendada apenas para setembro, os investidores estão intensificando o monitoramento de cada indicador econômico que possa oferecer pistas sobre as futuras ações do Federal Reserve. O foco desta semana está na divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho nos Estados Unidos, um indicador essencial para avaliar a trajetória da inflação no país.
De acordo com projeções do Investing.com, espera-se que o CPI mostre uma alta de 3% na taxa anualizada e um avanço de 0,2% em relação ao mês anterior. O núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, deve aumentar 3,2% no ano e 0,2% na margem. Apesar de o CPI não ser o principal indicador inflacionário utilizado pelo Fed, seus números são cruciais para entender se os preços estão se aproximando da meta de 2% ao ano estabelecida pelo banco central. Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (PPI), outro importante termômetro da inflação, será divulgado esta semana, oferecendo mais insights sobre as pressões inflacionárias nos EUA.
Ibovespa fecha semana em alta, impulsionado por apetite ao risco
Na última semana, o Ibovespa registrou um avanço de 3,8% em reais e 7,7% em dólares, superando os 130 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro. Esse desempenho foi alimentado por um aumento no apetite ao risco e pelo fechamento da curva de juros, beneficiando ações cíclicas. O destaque positivo ficou por conta do Pão de Açúcar (PCAR3), que saltou 17,2%. Em contraste, a Vamos (VAMO3) liderou as perdas, com queda de 5,9% após divulgar resultados do segundo trimestre de 2024 que decepcionaram o mercado.
Renda Fixa: curva de juros apresenta forte redução na inclinação
No mercado de renda fixa, os juros futuros encerraram a semana com uma forte abertura nos vencimentos curtos e fechamento nos vértices longos, resultando em uma redução significativa da inclinação da curva. O diferencial entre os contratos com vencimento em janeiro de 2026 e 2034 diminuiu drasticamente de 55 pontos-base para apenas 2 pontos-base. As taxas de juro real também recuaram, com os rendimentos dos títulos públicos atrelados à inflação (NTN-Bs) se consolidando próximos a 6% ao ano. O DI para janeiro de 2025 fechou em 10,74%, enquanto o DI para janeiro de 2034 recuou para 11,52%.
Mercados Globais: expectativa por dados de inflação nos EUA impulsiona ações
Os mercados globais iniciaram a semana em alta, com os futuros dos Estados Unidos operando positivamente à espera dos dados de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) que serão divulgados nos próximos dias. Esses indicadores são cruciais para determinar o rumo da política monetária do Federal Reserve. Na Europa, as bolsas também registraram ganhos, enquanto na China o fechamento foi misto, refletindo a cautela dos investidores em relação ao cenário global.
Economia Brasileira: alta do IPCA aumenta chances de elevação dos juros
No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado na última sexta-feira mostrou uma inflação acima da meta, o que pode aumentar a probabilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar os juros no segundo semestre, apesar de esse ainda não ser o cenário base. Paralelamente, o mercado começa a especular sobre a possível indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, com o fim do mandato de Roberto Campos Neto previsto para dezembro deste ano.
Esse cenário de incertezas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos destaca a importância de uma análise criteriosa dos próximos indicadores econômicos, que deverão nortear as estratégias dos investidores nos mercados globais e doméstico.