O governo federal está prestes a anunciar o retorno do horário de verão no Brasil, previsto para começar em novembro deste ano. A medida, que estava suspensa desde 2019, volta a ser implementada após cinco anos como parte dos esforços para economizar energia e impulsionar a economia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem realizado reuniões estratégicas para acertar os últimos detalhes da implementação. Nessa segunda-feira (30/09), ele se encontrou com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, para garantir que a mudança não afetará o calendário eleitoral, já que os eventuais segundos turnos das eleições municipais ocorrerão em 27 de outubro.
Ao longo desta semana, Silveira também se reunirá com representantes de setores-chave da economia, como empresas aéreas, comércio e indústria, para alinhar a transição e minimizar possíveis impactos negativos. As companhias aéreas, em particular, enfrentam desafios logísticos para ajustar as escalas de voos e conexões.
O Ministério de Minas e Energia estima que o horário de verão possa gerar uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões, além de influenciar positivamente o crescimento do PIB. A medida visa reduzir o consumo de energia no horário de pico, diluindo a demanda e potencialmente diminuindo a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Criado em 1931 durante o governo de Getúlio Vargas, o horário de verão foi implementado de forma contínua a partir de 1985, no governo de José Sarney. A medida permaneceu em vigor até 2019, quando foi suspensa pelo então presidente Jair Bolsonaro.
Apesar das controvérsias sobre sua eficácia, o governo Lula avalia que o cenário atual justifica o retorno da medida. O ministro Silveira destacou que o país enfrenta a pior estiagem dos últimos 94 anos, o que torna necessária a adoção de estratégias para garantir a segurança energética.
A expectativa é que o anúncio oficial seja feito na próxima semana, embora exista a possibilidade de um adiamento caso o governo identifique riscos políticos para candidatos aliados nas eleições municipais. O retorno do horário de verão representa uma mudança significativa na política energética do país e promete impactar o cotidiano dos brasileiros nos próximos meses.