No último fim de semana, o Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) lamentou a morte da Gralha-do-Campo (Cyanocorax cristatellus), a ave mais idosa do zoológico. A ave, que chegou ao Cebus em 1990 já adulta, faleceu após décadas sendo cuidada com dedicação e carinho pelos tratadores e técnicos do centro.
Durante os anos em que viveu no Cebus, a Gralha-do-Campo tornou-se uma presença marcante e querida, especialmente entre as crianças que visitavam o local. Sua bela plumagem azul, preta e branca e seu canto característico e barulhento eram sempre motivo de encanto e admiração. A ave também foi testemunha de diversos “Projetos Xerimbabos” realizados no centro ao longo dos anos.
Nos últimos dois anos de sua vida, devido a problemas de saúde crônicos, a Gralha-do-Campo precisou ser transferida para o quarentenário do Cebus, onde recebeu acompanhamento diário. Ela enfrentava insuficiência renal e hepática, além de “gota úrica”, condições que requeriam cuidados especiais e atenção constante.
A Gralha-do-Campo é uma espécie nativa dos cerrados e da caatinga brasileira. Onívora, sua dieta na natureza é bastante variada, incluindo frutos, insetos, sementes, bagas, pequenos répteis, ovos de outras espécies de pássaros e até aves domésticas. Com sua plumagem azul-escuro nas asas e dorso, cabeça e pescoço negros e partes inferiores brancas, a ave é também conhecida por sua íris vermelha. Ela pode alcançar até 35 cm de comprimento e pesar até 178g.
A morte da Gralha-do-Campo representa uma perda significativa para o Cebus e para todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la e apreciá-la ao longo dos anos. Sua história e sua presença deixarão saudades, mas seu legado continuará vivo, inspirando o trabalho de conservação e cuidado com a biodiversidade que é realizado pelo centro. Lélio Costa e Silva, médico veterinário responsável pelo Cebus, expressou seu profundo pesar pela perda. “A morte da Gralha-do-Campo é uma perda devastadora para todos nós aqui no Cebus. Ela não era apenas uma ave, mas uma parte da nossa família. Cuidamos dela por tantos anos, vimos suas alegrias e enfrentamos juntos seus desafios de saúde. É difícil colocar em palavras o quanto estamos sentindo sua falta. Ela deixou um vazio em nossos corações que será difícil de preencher”, lamentou Lélio.
O Cebus reforça a importância da preservação das espécies nativas e do cuidado com os animais em cativeiro, lembrando que cada vida é valiosa e merece respeito e proteção. A instituição agradece a todos os envolvidos no cuidado com a Gralha-do-Campo e reafirma seu compromisso com a conservação da biodiversidade e o bem-estar dos animais sob sua tutela.