O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, prometeu represálias contra Israel após os assassinatos de líderes do Hamas e do Hezbollah, aumentando a tensão no Oriente Médio. Nasrallah afirmou que tanto seu grupo quanto o Irã serão obrigados a retaliar após o ataque que matou Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em Teerã, e Fuad Shukr, líder militar do Hezbollah, em Beirute.
O anúncio ocorreu durante um discurso televisionado nesta terça-feira (6), onde o líder xiita ressaltou que agirão “sem importar as consequências”.
Pouco antes do pronunciamento, caças israelenses sobrevoaram Beirute a baixa altitude, rompendo a barreira do som e causando pânico na capital do Líbano. A guerra na Faixa de Gaza, que começou após um ataque do Hamas em 7 de outubro, intensificou a tensão na região. Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma ofensiva contra Gaza, governada pelo grupo desde 2007.
O conflito ganhou novos contornos após a morte de Haniyeh em Teerã, em um ataque que Hamas e Irã atribuíram a Israel. As autoridades israelenses não comentaram o incidente. Israel assumiu a responsabilidade pelo ataque que matou Shukr, culpando-o pelo bombardeio que matou 12 jovens drusos em Majdal Shams, nas Colinas de Golã.
Israel declarou estar “se preparando para todos os cenários”. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, trabalham “dia e noite” para evitar uma escalada militar. Durante uma reunião de emergência na Casa Branca, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, enviou uma mensagem de contenção.
“Estamos imersos em uma diplomacia intensa dia e noite com uma mensagem muito simples: todos os protagonistas devem evitar a escalada”, afirmou Blinken. O presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone com o rei Abdullah II da Jordânia, enquanto Blinken manteve contato com líderes do Catar, Egito e Iraque.
O presidente francês, Emmanuel Macron, junto com líderes dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita, pediram “responsabilidade e moderação” no Oriente Médio. O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, declarou que o Irã não busca “estender a guerra”, mas que Israel “certamente receberá uma resposta por seus crimes e arrogância”.
A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) se reunirá na quarta-feira para formar uma posição unificada na região. Tanto o Hezbollah quanto os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, abriram frentes contra Israel desde o início da guerra em Gaza, em apoio aos palestinos.
Na fronteira entre Israel e Líbano, as trocas de tiros são quase diárias. Seis combatentes do Hezbollah morreram em um bombardeio israelense no sul do Líbano, segundo uma fonte de segurança libanesa.
Muitos países pediram a seus cidadãos que deixassem o Líbano e várias companhias aéreas suspenderam voos para Beirute. O Exército israelense continua sua ofensiva contra o Hamas em Gaza. O ataque do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel deixou 1.198 mortos, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses.
Nesta terça-feira, o Exército israelense confirmou a morte da última pessoa desaparecida em Israel após aquele ataque. Os combatentes do Hamas fizeram 251 reféns, dos quais 111 permanecem sequestrados em Gaza, embora 39 estejam mortos, segundo militares israelenses.
A ofensiva de Israel em Gaza deixou 39.653 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do território. A guerra em Gaza agravou a situação na Cisjordânia, região ocupada por Israel desde 1967, onde 12 pessoas foram mortas em três operações lançadas pelo Exército israelense.