Na madrugada desta quarta-feira (31), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ordenou um ataque direto a Israel. A medida é uma retaliação ao assassinato de Ismail Haniyeh, chefe do grupo terrorista Hamas, morto durante uma visita a Teerã. A informação foi divulgada pelo jornal americano “The New York Times”.
Ismail Haniyeh, o principal nome do braço político do Hamas, foi morto em um bombardeio que atingiu sua residência na capital iraniana. O ataque ocorreu enquanto ele estava no país para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Embora Israel não tenha assumido a autoria do ataque, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país deu “golpes esmagadores” em aliados iranianos.
Em resposta à morte de Haniyeh, Khamenei prometeu uma “punição severa” a Israel. Durante uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, o líder instruiu membros da Guarda Revolucionária e do Exército iraniano a preparar planos de ataque e defesa, prevendo uma possível guerra total contra Israel ou ataques dos Estados Unidos.
O assassinato de Haniyeh provocou uma greve geral na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. As lojas amanheceram fechadas em protesto, enquanto o governo iraniano decretou três dias de luto. A Guarda Revolucionária iraniana também prometeu vingança, assim como o braço armado do Hamas.
O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou a ação israelense, afirmando que o Irã “defenderá sua integridade territorial” e que Israel “se arrependerá pelo assassinato covarde”. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que Israel está preparado para todas as possibilidades, mas reiterou que o país não deseja guerra.
A morte de Haniyeh também repercutiu internacionalmente. Egito e Turquia acusaram Israel pelo assassinato. O governo egípcio afirmou que o episódio dificulta as negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde o Egito atua como mediador. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou o ataque, classificando-o como uma tentativa de interromper a causa palestina.
O funeral de Haniyeh está marcado para quinta-feira (1º) em Teerã, e seu corpo será enterrado no dia seguinte em Doha, no Catar, onde ele residia. A comunidade internacional observa com apreensão a escalada de tensão no Oriente Médio, temendo que o incidente desencadeie um conflito ainda maior na região.