Após a fala de Lula comparando a atuação de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto provocado por Hitler, a Câmara dos Deputados reuniu mais de 100 assinaturas pedindo o impeachment de Lula.
O número é um recorde na atual legislatura. No total, a Câmara possui 513 cadeiras.
A despeito das mais de 100 assinaturas reunidas na Câmara, entre deputados de oposição e até de partidos da base aliada do governo, o pedido de impeachment de Lula que deve ser protocolado nesta terça-feira (20/2) já tem destino certo: vai repousar em alguma gaveta do gabinete de Arthur Lira.
O presidente da Câmara não vem dizendo publicamente o que vai fazer em relação ao pedido contra o presidente, mas a expectativa de aliados próximos a ele é que Lira não faça nada e sente em cima do papel.
Depois do pronunciamento do presidente brasileiro, o grupo extremista Hamas agradeceu a Lula pela declaração.
VERGONHA PARA O BRASIL
Devido à crise diplomática gerada por Lula, o governo israelense reiterou, na terça-feira (20), a solicitação de um pedido de desculpas por parte do presidente.
Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, chamou a comparação de “promíscua, delirante” e disse que era uma “vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”. Ele também reiterou que Lula “continuará sendo persona non grata em Israel” até que peça desculpas.
O chanceler israelense foi direto em seu post:
“Presidente do Brasil @lulaoficial, milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler?”, questionou Katz na rede social. “É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez? Levou milhões de pessoas para guetos, roubou suas propriedades, as usou como trabalhadores forçados e depois, com brutalidade sem fim, começou a assassiná-las sistematicamente. Primeiro com tiros, depois com gás. Uma indústria de extermínio de judeus, de forma ordeira e cruel.”
FOI PROPOSITAL
Nos bastidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado sinais de que não está arrependido da declaração em que comparou as ações de defesa de Israel contra o grupo terrorista Hamas ao Holocausto. A frase fez com que o governo de Benjamin Netanyahu o declarasse como ‘persona non grata’. O chefe do Executivo tem dito aos seus interlocutores que a mensagem foi proposital e a ideia era encorajar outros chefes de Estado a se posicionarem diante da guerra, o que, até agora, não deu resultado.
Lula tem defendido que, em nenhum momento, se referiu ao povo judeu, e sim ao governo de Netanyahu, segundo informações da TV Record. Por isso, não teria quebrado o “combinado” com o Ministério das Relações Exteriores, de ter todo cuidado com o assunto. Dessa forma, não há previsão de uma retratação pública até que o petista converse com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, que foi convocado de volta ao país para consultas.