A Rússia elevou o tom das ameaças contra os Estados Unidos nesta segunda-feira (18) após Washington autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis americanos de longo alcance no conflito. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a decisão como uma “provocação” que mudará drasticamente o patamar do envolvimento americano na guerra.
Em declaração enfática, o governo russo advertiu que qualquer ataque com mísseis fornecidos pelos EUA ao território russo será interpretado como uma agressão direta de Washington, não de Kiev. Peskov destacou que as operações militares já não são mais conduzidas apenas por ucranianos, mas sim por especialistas ocidentais, o que representa uma escalada significativa das tensões.
A autorização americana para uso dos mísseis ocorre em um momento delicado do conflito, logo após um ataque russo que deixou sete mortos na Ucrânia e em meio a relatos sobre o reforço de soldados norte-coreanos nas tropas de Putin. Segundo fontes americanas, os novos armamentos seriam destinados principalmente à proteção das forças ucranianas na região de Kursk, no oeste da Rússia.
O Kremlin alertou que o presidente Joe Biden está “jogando óleo na fogueira” ao tomar tal decisão e prometeu uma resposta à altura. Para Moscou, a medida representa uma “nova rodada qualitativa de escalada” que demandará ações correspondentes do lado russo, embora não tenha detalhado quais seriam as contramedidas específicas.
As declarações russas evidenciam o agravamento das tensões entre as potências nucleares em um conflito que se arrasta há quase dois anos. A nova fase da guerra poderá ser marcada por confrontos de maior alcance e potencial destrutivo, com riscos crescentes de uma expansão do conflito para além das fronteiras ucranianas.