Por Ricardo Ramos
A administração política, embora complexa e multifacetada, pode ser guiada por princípios simples e antigos, mas frequentemente ignorados: justiça, integridade e compromisso com o bem comum. A Bíblia, ao longo de séculos, tem oferecido ensinamentos que, se fossem levados a sério na arena política, poderiam transformar sociedades. Infelizmente, muitos dos nossos líderes atuais parecem distantes desses valores fundamentais, o que contribui para a crise que vivemos hoje no Brasil.
No cenário político brasileiro, é notável como a falta de compromisso com a verdade e a justiça se reflete na governança. Em tempos antigos, os sábios já observavam que, quando governantes agem com justiça, o povo prospera e experimenta estabilidade. Quando isso não ocorre, a sociedade adoece, e a insatisfação popular se torna um sintoma de governos que carecem de integridade. Esse princípio milenar ainda ecoa fortemente em nossos dias, mas infelizmente, parece não ter sido absorvido pelos nossos líderes.
Se olharmos para o cenário atual, vemos um retrato sombrio: governantes envolvidos em esquemas de corrupção, desvio de verbas públicas e falta de transparência. Essas práticas minam a confiança da população, criando um ciclo vicioso de descrédito nas instituições democráticas e de frustração coletiva. A ausência de líderes que busquem o bem comum, colocando os interesses da nação acima de seus próprios, é a raiz de muitos dos problemas que enfrentamos.
A Bíblia aponta uma solução clara para essa crise de liderança: a escolha de governantes que sejam não apenas capazes em termos técnicos, mas também moralmente íntegros, que rejeitem a ganância e ajam com responsabilidade. No contexto brasileiro, essa mensagem soa como um apelo urgente. Em vez de políticos que buscam o poder para benefício próprio, é necessário líderes que priorizem o serviço ao público, especialmente aos mais vulneráveis.
O Brasil é um país com profundos problemas sociais, como a extrema desigualdade, a pobreza e a falta de acesso a serviços básicos. No entanto, muitos políticos parecem cegos a essa realidade, focados em interesses individuais ou corporativos, deixando milhões de brasileiros à margem. A verdadeira administração política, como sugerem as antigas escrituras, deve ser caracterizada por uma atenção especial aos desfavorecidos — aqueles que mais precisam do cuidado do Estado. Infelizmente, o que vemos em muitos casos é o oposto: uma política voltada para as elites e para a perpetuação das injustiças sociais.
Outro ponto crucial é a necessidade de uma governança limpa, transparente e pautada pela justiça. Governantes que abraçam a corrupção e os interesses próprios afastam qualquer possibilidade de crescimento e desenvolvimento sustentável para o país. A Bíblia é clara em seus ensinamentos sobre a importância da honestidade no exercício do poder, e ao ignorar esses princípios, muitos políticos brasileiros contribuem para o declínio da sociedade como um todo. A corrupção não é apenas uma questão de desvio de recursos; ela corrói a moral pública, destrói a confiança e gera um ambiente onde o progresso é dificultado.
Quando analisamos a realidade atual, fica evidente que a crise que enfrentamos no Brasil não é apenas econômica ou política, mas também uma crise de valores. A falta de líderes que sejam verdadeiramente comprometidos com o povo, que governem com justiça e moralidade, tem criado um vazio que se reflete na desigualdade social, no aumento da pobreza e na crescente violência.
Se há algo que o Brasil precisa urgentemente, é de uma nova geração de líderes que estejam dispostos a adotar uma postura diferente, muitos tem o discurso, mas poucos estão determinados a fazer o que precisa ser feito. Líderes que entendam que governar não é apenas administrar recursos, mas também agir como guardiões da justiça social, da ética e da integridade. Somente com líderes assim poderemos restaurar a confiança no sistema político e proporcionar ao povo o alívio tão desejado. Nossa esperança é que nossas decisões nos cenários municipais neste ano venham trazer frutos positivos para as gerências de nossas cidades e que em 2026 possamos estar mais maduros para fazer melhor pelo nosso país, sem intervenção.
A ausência de justiça e integridade na política brasileira é um problema que deve ser enfrentado com seriedade. Mais do que nunca, é necessário que os eleitores e a sociedade em geral reflitam sobre o tipo de governantes que elegemos. Precisamos buscar líderes que priorizem o bem-estar coletivo e que tenham um compromisso sincero com a justiça, como sugerem antigos ensinamentos. Somente assim o Brasil poderá encontrar o caminho da prosperidade, com uma política que realmente sirva a todos, especialmente aos que mais necessitam.
(*) Ricardo Ramos Rezende tem doutorado em Teologia pela Universidade da Bíblia e autor de vários livros