Ibovespa sobe pelo quinto dia consecutivo e atinge maior patamar desde fevereiro; mercados globais aguardam dados de inflação nos EUA
Nesta terça-feira (13), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfrentará uma sabatina com os membros das comissões de Desenvolvimento Econômico, Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. A sessão visa esclarecer a atual política monetária do país e os fatores que estão guiando as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) para manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Campos Neto vem sendo alvo de críticas severas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alega que a taxa básica de juros está excessivamente alta e sugere que as decisões do Banco Central têm motivações políticas.
Enquanto isso, o presidente Lula se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir pautas ainda não divulgadas, mas que podem incluir temas abordados no encontro do dia anterior, como o programa Acredita e a reforma tributária.
No mercado, a atenção está voltada para a temporada de balanços corporativos, que está chegando ao fim. Hoje, serão divulgados os resultados do segundo trimestre de grandes empresas, incluindo Cemig (CMIG4), JBS (JBSS3), Movida (MOVI3), Nubank (NU; ROXO34), Porto Seguro (PSSA3) e Raízen (RAIZ4).
Ibovespa e dólar: Rali à vista?
O Ibovespa engatou sua quinta alta consecutiva na segunda-feira (12), fechando o dia com um ganho de 0,38% aos 131.115,90 pontos, o maior nível desde 27 de fevereiro. Paralelamente, o dólar à vista fechou em R$ 5,4962, acumulando cinco quedas consecutivas e atingindo o menor valor em quase um mês. A movimentação no mercado foi impulsionada tanto pelas declarações de dirigentes do Banco Central quanto pela baixa volatilidade nos mercados globais, à espera de novos dados econômicos dos Estados Unidos.
A temporada de resultados no Brasil, que já se aproxima do final, também influenciou o desempenho do índice. Enquanto as ações da Azul caíram 11,95% após a companhia aérea divulgar um aumento no prejuízo do segundo trimestre, a Petrobras se beneficiou da alta do petróleo no mercado internacional, com seus papéis avançando 2,27%.
Expectativa global pelos dados de inflação nos EUA
Os mercados globais continuam atentos à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho nos Estados Unidos, programado para esta quarta-feira (14). Este dado é visto como um importante termômetro da economia americana, especialmente após a divulgação de números mistos relacionados ao mercado de trabalho e à atividade econômica, que têm agitado os mercados nos últimos dias. Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (PPI), que será divulgado hoje, também está no radar dos investidores.
Cenário Internacional: Alta nas bolsas asiáticas e expectativas para a zona do euro
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira, impulsionadas pela retomada das negociações em Tóquio, que mostraram uma recuperação após as quedas acentuadas da semana anterior. Na Europa, os mercados operam próximos da estabilidade, refletindo a evolução heterogênea das economias da região. No Reino Unido, o mercado de trabalho mostrou sinais positivos, com a criação média de 97 mil vagas por mês no último trimestre e uma leve queda na taxa de desemprego para 4,2% em junho. Em contrapartida, na Alemanha, a pesquisa ZEW de sentimento econômico para agosto revelou uma deterioração significativa, com o índice caindo para 19,2 pontos, muito abaixo das expectativas de 32,6 pontos, indicando desafios crescentes para a principal economia da Zona do Euro.
Impacto dos indicadores econômicos nos mercados
Com a economia global em um momento de incerteza, compreender a relação entre indicadores como a taxa de juros, inflação e crescimento do PIB é crucial para tomar decisões informadas no mercado financeiro. À medida que a semana avança, investidores continuam a observar atentamente os próximos passos do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro, enquanto buscam navegar em meio aos balanços corporativos e dados econômicos que moldam o cenário atual.