Em novembro de 2024, os americanos irão às urnas para muito além da disputa presidencial entre Donald Trump e Kamala Harris. As eleições incluirão 147 consultas populares em 41 Estados, definindo temas cruciais como direitos reprodutivos, legalização da maconha e salário mínimo.
Os eleitores decidirão o futuro de 34 senadores, 435 deputados federais, 11 governadores e centenas de cargos estaduais e municipais. O controle do Congresso está em jogo, com republicanos atualmente dominando a Câmara e democratas no comando do Senado.
As consultas populares ganham destaque especial neste ciclo eleitoral. Dez estados, incluindo Flórida e Arizona, votarão sobre mudanças nas leis do aborto após a decisão da Suprema Corte em 2022 que revogou proteções federais ao procedimento. A questão movimenta milhões de dólares em campanhas e mobiliza eleitores de ambos os partidos.
A legalização da maconha aparece nas cédulas de diversos Estados, refletindo uma crescente aceitação nacional. Pesquisas mostram que 70% dos americanos apoiam a medida, um salto significativo desde o início do século. Atualmente, 24 Estados já permitem o uso recreativo e 38 o uso medicinal.
Questões econômicas também dominam a pauta. Alasca, Califórnia, Massachusetts e Missouri votam sobre aumentos no salário mínimo. Outros Estados decidem sobre licença médica remunerada e benefícios trabalhistas. A inflação, principal preocupação dos eleitores, influencia diretamente estas decisões.
O sistema eleitoral americano permite que estas consultas surjam por iniciativa popular ou proposta legislativa. Segundo especialistas, Estados funcionam como laboratórios democráticos, testando políticas que podem posteriormente influenciar decisões nacionais.
Com o voto não obrigatório nos Estados Unidos, estas consultas populares servem como estratégia para aumentar o comparecimento às urnas. Temas polêmicos mobilizam eleitores que, de outra forma, poderiam não participar apenas da eleição presidencial.
Outros temas em votação incluem casamento homoafetivo, política migratória e mudanças nos sistemas eleitorais estaduais. As campanhas já receberam mais de US$ 1,12 bilhão em contribuições, demonstrando o alto interesse nestas decisões locais que podem remodelar o cenário político americano.