Criado para conscientizar a sociedade sobre a necessidade de prevenção e cuidado com a saúde das mulheres, principalmente para o urgente enfrentamento da mortalidade materna, 28 de maio é marcado pelo Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030 é reduzir a taxa de mortalidade materna global de 97 para menos de 70 mortes para cada 100 mil nascidos vivos.
Segundo a coordenadora técnica da Ginecologia e Obstetrícia da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Débora Schittini, para que esse objetivo seja alcançado é fundamental garantir que as mulheres tenham acesso aos cuidados antes, durante e após o parto. “A identificação precoce de fatores de risco e a implementação de medidas preventivas adequadas são essenciais para reduzir a incidência de mortalidade materna e garantir uma gravidez e parto seguros para todas as mulheres”, afirma.
No Brasil, as principais causas de óbito materno estão relacionadas à hipertensão, hemorragias graves, infecções e complicações no parto. De acordo com a OMS, a maioria dessas complicações se desenvolve durante a gravidez e 50% dessas causas podem ser evitadas com consultas de planejamento familiar antes mesmo da gestação, podendo identificar quais são as doenças de base da mulher e como tratá-las.
Deste modo, todo esforço é fundamental para garantir acesso a saúde para todas as mulheres. Com o objetivo de apoiar e orientar as mães sobre temas relacionados aos cuidados com o bebê, a amamentação e o parto, o Hospital Municipal Carlos Chagas, administrado pela FSFX, implantou o projeto a “Hora do bebê”, no qual as equipes da pediatria orientam as gestantes e puérperas sobre os cuidados com a saúde das mães e dos recém-nascidos. O curso é ofertado uma vez por mês, ministrado por um médico pediatra e enfermeira obstetra. Ao aproximar as gestantes da unidade hospitalar, ainda no pré-natal, o projeto contribui para promover a saúde e garantir mais segurança à mãe e ao bebê, visto que o tratamento precoce e adequado pode reduzir o risco de complicações graves que poderiam levar à mortalidade materna
Além do esforço pela redução de mortalidade materna, a data também é marcada pelo Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e serve como oportunidade para destacar desafios que as mulheres enfrentam em relação à saúde, como acesso limitado aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, desigualdades no acesso à educação e informações sobre saúde, discriminação de gênero nos sistemas de saúde e muitos outros.
Segundo Débora, desigualdades socioeconômicas e culturais são fatores que influenciam na saúde das mulheres. “Mulheres com menor poder econômico têm menos acesso a cuidados de saúde preventivos, o que pode resultar em diagnósticos tardios e tratamentos inadequados, evidenciando a necessidade de políticas que promovam a equidade na saúde”, comenta.
Dentre as doenças que mais causam mortes entre as mulheres estão as doenças cardiovasculares e respiratórias, diabetes, câncer de mama e colo de útero e depressão. Como afirma a médica, são medidas possíveis de controlar e prevenir para evitar que sejam diagnosticadas em formas mais avançadas. “É de extrema importância que a saúde da mulher seja um tema amplamente debatido e ensinado, para que a sociedade seja conscientizada sobre a importância de dar apoio a ações que visem atenção e promoção da saúde nas diferentes fases da vida das mulheres”, ressalta.