O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, ordenou à Polícia Federal (PF) que investigue suspeitas de irregularidades no pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. A decisão foi tomada após denúncias de parlamentares sobre possíveis manobras irregulares na liberação dos recursos feitas na semana passada.
O senador Cleitinho Azevedo e os deputados Adriana Ventura, José Rocha e Glauber Braga serão ouvidos pela PF após relatarem diferentes situações suspeitas envolvendo a destinação das verbas. Em pronunciamento no Senado, Cleitinho denunciou a presença de lobistas nos corredores do Congresso negociando desvios de emendas parlamentares.
Um dos casos mais emblemáticos envolve o deputado José Rocha, que preside uma comissão na Câmara. Ele revelou ter recebido indicações de emendas diretamente do gabinete do presidente da Casa, Arthur Lira, mas decidiu suspender o processo ao perceber favorecimento ao estado de Alagoas.
A deputada Adriana Ventura também apontou irregularidades no processo, afirmando que as comissões temáticas não deliberavam sobre as destinações. Segundo ela, as listas chegavam prontas da presidência da Casa para simples assinatura dos presidentes das comissões.
Em sua decisão, Dino menciona operações policiais que revelaram esquemas envolvendo emendas parlamentares, com apreensões de malas de dinheiro em aviões e cofres. O ministro ressaltou que tais práticas são incompatíveis com os princípios constitucionais da Administração Pública.
Como medida imediata, o ministro determinou a suspensão do pagamento dos R$ 4,2 bilhões em emendas que estavam programados para serem liberados até o final do ano. A investigação visa garantir a transparência e o correto uso dos recursos públicos.