Walter Biancardine (*)
Toda e qualquer solução para nossa atual ditadura que seja “dentro das quatro linhas da Constituição”, por “meios democráticos”, ou pior, preservando o “Estado Democrático de Direito” apenas nos condena a jogarmos no campo do adversário, com a bola do inimigo e sob suas regras. É pedir para apanhar.
Desafio o amigo leitor a me mostrar o exemplo de algum país – um só, apenas um- que tenha derrubado uma ditadura através de eleições, projetos de lei ou por meio de seus “valorosos” (?) congressistas: mostre-me apenas um, e eu me calarei.
Do mesmo modo, nossos protestos “pacíficos e ordeiros” apenas reforçam a narrativa do sistema que alega “estarmos numa democracia pujante” – certamente que sim, ou tais manifestações seriam violentamente reprimidas, ordeiras ou não. O último dia 6, por exemplo, serve como belo troféu das “virtudes democráticas” de nossos feitores comunoglobalistas, que pouco se importam com Trump ou sua lei Magnitski diante da legião de “laranjas” à sua disposição.
Por que a comunidade internacional se preocuparia com nossos clamores – sempre “ordeiros e pacíficos” e realizados sem nenhum impedimento das autoridades? Onde está, afinal, esta ditadura?
Certamente houve condenações injustas, ações indevidas na liberdade de expressão de particulares nas redes sociais, mas não há “dramaticidade” – e o falecido Clezão que me perdoe, pois, a geopolítica exige mais, muito mais cadáveres para começar a se coçar.
O fato é que estamos sob ditadura e, dentro da lei, dela não sairemos; e o Presidente João Batista Figueiredo já havia nos alertado disso.
Para os que não estão dispostos a isso, sugiro que então ocupem-se admirando o ensaio fotográfico de nosso “Führer”, ostentando toda sua grandeza, glória e poder.