Por William Saliba (*)
Como já destaquei em outras colunas, o presidente Lula não apenas reduziu o Brasil à condição de “anão diplomático” — expressão cunhada nos tempos do Itamaraty altivo — mas o levou além, à escala de um “micróbio diplomático”, incapaz de perceber a lógica das grandes potências ou de formular respostas à altura.
A recente manifestação de Donald Trump, feita em defesa explícita do ex-presidente Jair Bolsonaro, não foi um mero gesto de afinidade ideológica ou amizade. Trata-se de uma estratégia cuidadosamente desenhada por um político que, na Casa Branca, pauta os rumos da política externa americana. Ao se pronunciar duas vezes na mesma semana sobre o cenário brasileiro, Trump sinalizou. Um convite velado ao diálogo, típico de sua tática: primeiro, a provocação simbólica; depois, o prazo para uma reação.
Foi assim com o Irã. Após uma declaração aparentemente ríspida, deu sete dias ao regime persa — e todos viram as consequências. Com Lula, o roteiro se repete, mas a resposta do Palácio do Planalto tem sido desastrosa.
O presidente brasileiro finge não entender o movimento de Trump e, em vez de reagir com inteligência diplomática, acusa os EUA de violação de soberania. No entanto, é o próprio Brasil quem tem histórico recente de intromissões. Basta lembrar a constrangedora — e até hoje mal explicada — pseudoentrada nos Estados Unidos de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro. Ou ainda a controversa visita de Lula à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, condenada por corrupção.
Agora, ao recusar formalmente a carta enviada por Donald Trump —com o conteúdo noticiados por toda a mídia internacional— o Brasil dá mais um passo rumo ao isolamento. E pior: tenta arrastar o setor empresarial para o centro do confronto, com a criação de um comitê para “discutir a relação com os EUA”, como se diplomacia se resolvesse por assembleia de empresários.
Lula não compreende o jogo diplomático. Quando a política internacional exige frieza estratégica e leitura precisa dos sinais, o Brasil responde com improviso, vaidade ideológica e bravatas de palanque. O tempo está correndo — e o risco de sanções unilaterais ou da aplicação de leis extraterritoriais, como a Magnitsky Act, cresce no radar de Washington.
O grito do nanico ecoa no vazio.





















