Por William Saliba
Há uma inquietação crescente em Minas Gerais — especialmente em Ipatinga, cidade polo da Região Metropolitana do Vale do Aço — sobre o futuro político do ministro Alexandre Silveira, uma das figuras da chamada “cota pessoal” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A especulação ganhou força após reportagem publicada neste sábado (26/07) pelo colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles.
Embora tenha sido alçado ao Ministério de Minas e Energia com apoio do PSD no início do atual governo, Silveira é, na prática, um nome de confiança direta de Lula. Segundo Gadelha, mesmo diante da pressão de figuras influentes como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o ministro tem sinalizado a aliados que não teme uma eventual demissão por parte do presidente.
O que, de fato, tem tirado o sono de Silveira — conforme fontes próximas — não é a permanência no cargo, mas a possibilidade de ser convocado por Lula para disputar o governo de Minas Gerais em 2026. Silveira, segundo essas fontes, não tem qualquer entusiasmo pela ideia. Avalia que teria pouca competitividade no pleito estadual e, por isso, prefere seguir outro caminho: o de candidato ao Senado por Minas Gerais.
O “plano A” de Lula para a sucessão mineira, como já havia revelado o próprio Gadelha, é convencer o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a entrar na disputa pelo Palácio Tiradentes. Pacheco, no entanto, tem demonstrado hesitação, o que acendeu o sinal de alerta no Palácio do Planalto e nas hostes petistas em Minas.
Diante desse impasse, Alexandre Silveira desponta como “plano B” — ainda que a contragosto. Lula, que sabe da dificuldade do PT em eleger um governador no estado desde Fernando Pimentel, estuda com cautela seus movimentos. O nome ideal seria alguém de perfil moderado, com trânsito no centrão e palatável ao eleitorado mineiro: exatamente o que Silveira representa.
Ainda é cedo para previsões definitivas, mas os bastidores em Brasília e Belo Horizonte já estão em ebulição. Para muitos em Ipatinga e na Região Metropolitana do Vale do Aço, resta apenas acompanhar os desdobramentos com o velho misto de expectativa e apreensão que marca toda boa novela política.





















