Ó loco, meu! Parece que o “companheirismo latino-americano” de Lula ganhou um presentinho nada amistoso de Nicolás Maduro. E não foi um charuto bolivariano nem um tapinha nas costas com cheiro de petróleo barato, mas sim um belo calote diplomático travestido de tarifa de importação. E olha que dessa vez não foi culpa do imperialismo ianque, mas do próprio “amigo da onça” do Planalto.
Sem prévio aviso ou sequer um “Zap” com emoji esquerdista, o regime venezuelano – aquele mesmo que Lula vive defendendo em fóruns internacionais, como quem defende o primo problemático na reunião de família – resolveu simplesmente taxar em até 77% os produtos brasileiros que, veja só, estavam isentos de tarifas desde 2014 graças a um acordo comercial. Acordo esse que agora serve, provavelmente, para forrar gaiolas em Caracas.
A paulada caiu direto na cabeça dos exportadores de Roraima, que em vez de vender farinha e margarina, agora exportam… indignação. Foram quase R$ 800 milhões em exportações para a Venezuela em 2023, mas parece que o socialismo bolivariano resolveu inovar: agora cobra imposto até de aliado ideológico. Uma verdadeira reviravolta na trama tropical-bolivariana.
Enquanto isso, no Brasil, o Itamaraty tenta entender o que aconteceu. Será que foi traição mesmo?
A diplomacia brasileira, sob comando direto de Lula, o “micróbio internacional” – expressão nada carinhosa usada por críticos cada vez mais numerosos do nosso presidente – agora precisa lidar com mais essa rasteira, vinda não do grande Satã do Norte (segundo amigos de Lula), mas do pequeno Satã do lado esquerdo do mapa.
Lula, um mico que já andava de cabelo em pé com o “Trumpzilla”, prometendo sanções e meio impeachment verbal em cada fala, agora deve estar arrancando os poucos fios que lhe restam com a facada bolivariana do velho camarada Maduro. E pensar que o presidente brasileiro tanto se esforçou para “reabilitar” a Venezuela no Mercosul, defender eleições que só convencem a ditadura cubana e sustentar o “direito soberano” de Maduro de governar com tanques e censura…
A Federação das Indústrias de Roraima (Fier), coitada, agora faz o papel de bombeiro. Já pediu explicações, ligou para todo mundo, tentou marcar reunião no Zoom com sotaque portunhol, mas ninguém responde. E como tudo na Venezuela, até os impostos parecem funcionar por decreto de humor do ditador: hoje taxa, amanhã reprime, depois talvez conversa.
Aliás, o tal Acordo de Complementação Econômica só poderia ser rompido se houvesse descumprimento… Ou se Maduro acordasse de mau humor.
A rigor o acordo está em vigor desde 2014, ano em que ainda se acreditava que o socialismo do século XXI era uma ideia viável. Pois é. Não era.
Enquanto isso, os produtos brasileiros – que antes passavam tranquilamente pela fronteira, quase como se fossem “irmãos de ideologia” – agora são recebidos com um boletim fiscal digno de inimigo de guerra. Nem o certificado de origem escapou: um documento com selo, carimbo e toda a pompa burocrática latino-americana, hoje vale tanto quanto um guardanapo com a assinatura do Maduro.
Mas convenhamos: se até os EUA, com toda a sua potência, suas sanções e seus mísseis, causam menos dor de cabeça ao Planalto do que o ex-vendedor de ônibus que virou ditador de país falido… talvez seja hora de rever quem são, de fato, os aliados de Lula neste tabuleiro continental. Afinal, como já dizia o velho ditado: “Com amigos assim, quem precisa do Biden?”
Maduro acaba de ensinar a Lula uma lição amarga de geopolítica realista: ideologia não paga imposto – mas a falta de pragmatismo sim. E sai caro.





















