O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criticou duramente a nova modalidade de empréstimo consignado implementada pelo governo federal, que utiliza o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS como garantia. Em artigo publicado no portal Poder360, ele classificou a medida como “agiotagem oficial” e alertou para os riscos do endividamento excessivo da população.
A nova linha de crédito, apelidada de “empréstimo do Lula”, permite que trabalhadores da iniciativa privada utilizem seus recursos do Fundo de Garantia como garantia para empréstimos bancários. Segundo Cunha, os juros podem ultrapassar 80% ao ano, mesmo com as garantias oferecidas, o que representa um risco significativo para as famílias brasileiras.
O ex-parlamentar argumenta que a iniciativa do governo federal baseia-se em uma premissa equivocada de que o aumento do consumo via crédito seja suficiente para impulsionar a economia. Para ele, esta estratégia compromete a capacidade de poupança da população, especialmente dos mais vulneráveis, e reduz investimentos necessários ao crescimento econômico real.
A crítica se estende à própria utilização do FGTS como garantia, já que o fundo tem rendimento médio de apenas 3% ao ano, inferior até mesmo à caderneta de poupança. “Não é o empréstimo do Lula, mas o empréstimo do seu próprio dinheiro, depositado compulsoriamente no governo e remunerado abaixo da poupança”, afirmou Cunha.
O ex-deputado também questionou o modelo econômico adotado pelo atual governo, caracterizando-o como uma repetição de estratégias fracassadas baseadas no estímulo ao consumo via crédito e programas sociais continuados. Ele defende que o desenvolvimento sustentável deveria se basear na formação de poupança, aumento da produtividade e geração de empregos de alta renda.