O governo brasileiro planeja taxar grandes empresas de tecnologia americanas como resposta à possível imposição de tarifas sobre o aço brasileiro pelos Estados Unidos. A medida surge após Donald Trump sinalizar aumento de até 25% nas tarifas de importação do aço e alumínio de diversos países, incluindo o Brasil.
A chamada “digital tax” focaria em plataformas como Amazon, Facebook, Google e Spotify, que operam no mercado brasileiro. O imposto incidiria sobre o faturamento dessas empresas no país, seguindo modelo similar ao já implementado pelo Canadá, que cobra 3% sobre receitas de serviços digitais.
A estratégia brasileira é vista como calculada por especialistas, já que não afetaria diretamente o consumidor final nem causaria impactos inflacionários. O Brasil é particularmente vulnerável às tarifas americanas por ser o segundo maior exportador de aço para os EUA, com vendas que alcançaram US$ 5,7 bilhões em 2024.
Embora o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha inicialmente negado a informação, fontes do governo confirmam que a medida já vinha sendo estudada há meses e poderia ser acelerada diante do atual cenário. A taxação teria ainda o apoio de representantes da indústria e do varejo nacional.
O governo brasileiro mantém cautela e aguarda a oficialização das medidas americanas antes de qualquer anúncio formal. A decisão leva em conta o histórico de Trump de recuar em algumas declarações, mas autoridades brasileiras indicam que algum tipo de resposta será necessário caso as tarifas sejam de fato implementadas.
A proposta de taxação digital já vem sendo debatida na OCDE e ganha força como alternativa para equilibrar a balança comercial entre os países. Para o Brasil, a medida representa uma forma de proteção aos interesses nacionais sem entrar em uma guerra comercial aberta com os Estados Unidos.