O valor médio da gasolina atingiu R$ 6,35 por litro nas bombas brasileiras, maior patamar desde o início de 2023. Os aumentos registrados nas primeiras semanas de fevereiro provocaram reação do presidente Lula, que buscou explicar os motivos da elevação durante evento na Petrobras nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro.
Em defesa do governo federal, Lula apontou que o preço do combustível sai da Petrobras a R$ 3,04, mas chega ao consumidor por mais que o dobro desse valor. O presidente atribuiu a diferença principalmente a dois fatores: o recente reajuste do ICMS pelos estados, que elevou em R$ 0,06 o preço por litro, e as margens de lucro praticadas pelos postos revendedores.
A alta nos preços já preocupa o Palácio do Planalto, que vê os números impactarem diretamente a inflação e, consequentemente, o custo de vida da população. Segundo dados do IBGE, em janeiro os combustíveis registraram aumento de 0,75%, sendo 0,61% só na gasolina. O cenário torna-se ainda mais delicado porque o encarecimento dos combustíveis pressiona também os preços dos alimentos, que já acumulam cinco meses consecutivos de alta.
A escalada dos preços nas bombas resulta de uma combinação de fatores. Além do reajuste do ICMS, a Petrobras também elevou os valores cobrados nas refinarias para reduzir a defasagem em relação ao mercado internacional. O preço final ainda incorpora custos de distribuição, tributos federais e as margens das empresas do setor.
O tema ganhou ainda mais relevância diante das pesquisas que mostram queda na popularidade do presidente. No Planalto, a avaliação é de que a melhora na imagem do governo depende diretamente de um alívio nos preços, especialmente dos alimentos, que pesam no orçamento das famílias brasileiras.