A Petrobras registrou uma redução de 70% em seu lucro anual de 2024, chegando a R$ 36,6 bilhões, devido principalmente a efeitos contábeis da variação cambial. A presidente da estatal, Magda Chambriard, esclareceu que a queda foi causada por um evento extraordinário que não reflete a real situação operacional da empresa.
Durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro, Chambriard explicou que o impacto negativo de R$ 59 bilhões no resultado anual foi provocado pela desvalorização do real frente ao dólar, afetando as dívidas entre subsidiárias da companhia. A executiva ressaltou que, desconsiderando esses efeitos cambiais e outros eventos extraordinários, o lucro líquido da petroleira seria de R$ 109 bilhões em 2024.
A perspectiva para 2025 é positiva, com a empresa já prevendo uma reversão desse cenário. Com a cotação do dólar em torno de R$ 5,75 no primeiro trimestre, a Petrobras deve registrar um efeito positivo de R$ 11 bilhões em seus resultados. Além disso, a companhia mantém indicadores operacionais sólidos, como um fluxo de caixa de R$ 240 bilhões em 2024 e o menor nível de dívida financeira desde 2008.
O campo de Búzios, maior produtor de petróleo do país, representa uma das principais apostas para o crescimento da empresa. A previsão é que até 2030 sua produção alcance 2 milhões de barris de petróleo por dia, volume superior à produção atual de diversos países exportadores. A antecipação de investimentos neste campo foi responsável pelo aumento de 31% nos aportes realizados em 2024, superando em 15% as projeções iniciais da companhia.
“Somos uma tremenda geradora de caixa e temos um crescimento significativo da produção já contratado”, afirmou Chambriard, destacando que a política de preços dos combustíveis não afetou negativamente os resultados da empresa, que segue mantendo sua participação no mercado enquanto preserva suas margens de lucro.