O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris, França. A morte foi confirmada pelo Instituto Terra, organização fundada por ele e sua esposa Lélia Wanick Salgado, e ocorreu devido a complicações de uma forma rara de malária contraída durante um trabalho na Indonésia em 2010.
Nascido em 1944 em Minas Gerais, Salgado construiu uma carreira extraordinária ao longo de cinco décadas, registrando através de suas lentes a realidade de mais de 100 países. Seu trabalho se destacou pelo olhar sensível sobre populações vulneráveis e questões ambientais urgentes.
Em 2014, seu trabalho ganhou ainda mais visibilidade mundial com o documentário “O Sal da Terra”, codirigido por Wim Wenders e seu filho Juliano Salgado. A obra foi premiada no Festival de Cannes e recebeu indicação ao Oscar de Melhor Documentário.
Seu último grande projeto foi “Amazônia”, uma exposição que percorreu importantes capitais mundiais como Paris, Londres e Roma, antes de chegar a São Paulo em 2022. Em entrevista à CNN na época, Salgado revelou: “A Amazônia me impactou profundamente. É um privilégio. É um espaço com mais de 180 culturas e línguas diferentes”.
Além de sua contribuição para a fotografia, Salgado deixa um importante legado ambiental através do Instituto Terra, que já plantou mais de 3 milhões de árvores em Aimorés, Minas Gerais. O fotógrafo sempre conjugou sua arte com ativismo social e ambiental, usando suas imagens para despertar consciências sobre problemas globais.
Salgado deixa a esposa Lélia, parceira inseparável em todos os projetos, os filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Nara. Sua partida representa uma perda irreparável para a fotografia mundial e para o Brasil, país que ele tanto honrou com seu trabalho e dedicação à preservação ambiental.