Em um movimento que aumenta as tensões diplomáticas globais, Israel anunciou oficialmente sua saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta quinta-feira (6). A decisão foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, que apontou preconceito institucional contra o país como motivo principal.
A saída israelense ocorre apenas dois dias após os Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, também abandonarem o órgão internacional. Trump ainda manteve a suspensão do financiamento à UNRWA, agência da ONU responsável pelo auxílio a refugiados palestinos.
O Conselho de Direitos Humanos, estabelecido em 2006, tem como missão principal promover e proteger direitos fundamentais globalmente. No entanto, segundo Katz, o órgão demonstrou persistente parcialidade contra Israel desde sua fundação, prejudicando sua credibilidade como fórum imparcial.
Esta dupla saída representa um marco significativo nas relações internacionais e levanta questionamentos sobre o futuro da cooperação global em questões humanitárias. A UNRWA, que atende aproximadamente 750 mil refugiados palestinos desde a guerra de 1948, enfrenta agora sérios desafios financeiros com a suspensão do apoio americano.
A decisão coincide com declarações polêmicas do presidente Trump sobre Gaza, incluindo sugestões sobre o deslocamento da população palestina do território, proposta que especialistas em direito internacional classificam como potencial limpeza étnica.
O abandono simultâneo do Conselho por Israel e Estados Unidos pode impactar significativamente a dinâmica das discussões sobre direitos humanos no cenário internacional, especialmente em questões relacionadas ao conflito israelo-palestino. Organizações humanitárias expressam preocupação com possíveis consequências para a proteção de direitos fundamentais na região.
A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos desta decisão, que pode influenciar futuras relações diplomáticas e o tratamento de questões humanitárias no Oriente Médio. O vácuo deixado por estas saídas levanta dúvidas sobre a efetividade futura do Conselho em mediar conflitos e proteger direitos humanos na região.