O general Joseph Aoun foi eleito presidente do Líbano nesta quinta-feira (9), recebendo 99 votos dos 128 parlamentares em votação histórica que encerra um período de 26 meses sem liderança executiva no país. A eleição marca o fim do maior vácuo presidencial da história libanesa desde o término do mandato de Michel Aoun em outubro de 2022.
O novo presidente herda uma nação mergulhada em múltiplos desafios, incluindo uma das piores crises econômicas globais das últimas décadas e a maior concentração de refugiados per capita do mundo. Entre suas principais missões está a implementação do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, além da complexa tarefa de reconstruir um país devastado por conflitos recentes.
A escolha de Aoun representa um marco significativo para o Líbano, única nação árabe que nunca foi governada por ditadores ou monarcas absolutistas. O sistema político do país segue uma delicada divisão sectária, onde o cargo de presidente é tradicionalmente reservado aos cristãos maronitas, tornando Aoun o único chefe de Estado cristão em todo o Oriente Médio.
O processo de eleição contou com intenso apoio diplomático internacional, envolvendo países como Estados Unidos, França, Arábia Saudita e Irã. Esta articulação internacional gera expectativas positivas quanto ao suporte militar e financeiro que o país poderá receber para enfrentar seus desafios econômicos e sociais.
A próxima etapa crucial será a formação do gabinete ministerial, processo que exigirá habilidade política para encontrar nomes que satisfaçam todas as facções religiosas e políticas do país. O sistema governamental libanês mantém um equilíbrio delicado, com cargos-chave distribuídos entre diferentes grupos religiosos: além do presidente cristão maronita, o primeiro-ministro deve ser muçulmano sunita e o presidente do Parlamento, muçulmano xiita.